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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

19
Jun05

A POSTA LIBERTADORA

shark
penitenciaria.JPG
Vivemos encarcerados pelas nossas hesitações na masmorra da especulação.

voarei.JPG
Uma vida enfrentada a medo, na insegurança, confere-nos uma liberdade precária e condicional. Mesmo empoleirados no sonho, apenas conseguimos espreitar a verdadeira natureza das emoções.
E só a coragem garante a absolvição.
Por isso admiro as pessoas livres, as que agarram a vida pelas ancas e a possuem (ou por ela se fazem possuir) até os seus corações pararem de bater.


Fotos: Sharkinho
18
Jun05

MÚSICA SACRA

shark
orgao1.JPGFoto: sharkinho
Gosto que me dêem música. Sobretudo a de inspiração religiosa, sempre tão intensa e tão cheia de fé. Eu leio o desespero no tom, o adágio no som, a lamentação. Ouço a tristeza por detrás das ilusões mal camufladas, patéticas, por não passarem disso mesmo. (des)Ilusões alimentadas pela fé inócua numa nova oportunidade para compensar alguma que se perdeu. Mesmo não tendo sabido merecê-la, mesmo não tendo sido capaz.
A fé permite sonhar, como a fantasia. Ajuda a tocar o próprio instrumento, quando apertam a saudade e a frustração. E eu gosto de ouvir essa música que me dão, sagrada, pelo despeito em cada nota, pela confirmação inequívoca dos pressupostos invocados em cada nova audição. Pelo absurdo da crença, pelo desconforto da lembrança, pela cacofonia expressa na pauta de uma obsessão.
Não me perguntem porquê, mas alguma da música que me dão não me irrita. Soa-me absolutamente triunfal.
17
Jun05

A POSTA OLHE QUE NÃO

shark
assim se ve.JPG
Há malta que confunde o comunismo com as pessoas que o protagonizam. Eu não sou comunista e, tal como os muitos que manifestaram o seu repúdio às homenagens de que foram alvo Vasco Gonçalves e Álvaro Cunhal, reconheço os excessos e os equívocos na prática política destes dois Homens.
Contudo, e da mesma forma que a maiúscula na expressão acima não é casual, também identifico de imediato estas duas figuras com o restabelecimento e a evolução da Democracia neste país. Se de Vasco Gonçalves parece ter prevalecido a sua conotação com o período conturbado que o arrastou para o turbilhão da nossa história recente (e nem é figura que me inspire simpatia), no percurso de Álvaro Cunhal é impossível deixar de reconhecer o merecimento do estatuto que o país lhe confere.

Álvaro Cunhal foi um político à altura de adversários como Mário Soares, Francisco Sá Carneiro ou Freitas do Amaral (para citar apenas os mais conhecidos). E acrescenta-lhe um passado de luta antifascista que justificaria por si só o respeito que soube merecer à esquerda como à direita do espectro partidário. Só os analistas anónimos e os medíocres inexpressivos fazem de conta que não percebem a dimensão de gente assim. Gente grande, que deixa uma marca sua nas páginas dos livros onde a maioria dos que os odeiam ou desdenham nunca irão constar, nem como mera nota de rodapé.

Mas para lá das grandezas e das misérias que os destacaram, estas figuras públicas viveram de forma intensa os acontecimentos do seu país. Bem ou mal, sacrificaram o remanso dos sofás pela intervenção directa no rumo da sua nação. Não se limitaram a sentar-se diante de uma folha de papel para debitar umas postas de pescada, nem a refilar em surdina nas mesas de café. Acreditaram e foram à luta, mesmo sabendo que perseguiam uma utopia comuna (como a Liberdade também era vista em Portugal na sua época) e, no caso bem conhecido de Cunhal, sofrendo no corpo a tortura e na mente os estragos que a privação daquilo que mais o movia lhe terá causado, como a qualquer pessoa, ao longo de anos de encarceramento com justificação política e, obviamente, sem qualquer fundamento ou legitimidade.

Por isso mesmo se justificam as homenagens prestadas, tal como deveriam ter em conta os figurantes menores com vontade de emporcalhar. Não é uma questão ideológica, já o deixei bem claro, mas sim a rendição à evidência. Portugal perdeu dois Homens que o defenderam contra a obscuridade medieval do regime fascista e prosseguiram o combate, com coerência, quando sentiram a ameaça do enfraquecimento dos ideais da Revolução que amaram. Melhor ou pior, foi assim que a sua existência se distinguiu das muitas que celebraram um dia a Liberdade que Abril nos devolveu. Foram protagonistas e também foram, à época, heróis do povo que gritava nas ruas. Foram a maior esperança que a classe trabalhadora conheceu, com a sua determinação férrea baseada no alegado autismo das "cassetes" que a passagem do tempo tornou roufenhas no tom. Mas cristalinas na mensagem cujos dividendos ainda hoje muitos dos seus detractores beneficiam. Como a existência de sindicatos dignos desse nome, para citar apenas o mais óbvio.

Neste contexto, não faz sentido (des)valorizar as pessoas em função dos anacronismos das suas visões de um mundo ideal, avaliadas à luz do que entretanto se progrediu. Sobretudo sem fazermos a menor ideia das conjunturas em que tomaram decisões polémicas ou defenderam posições insustentáveis aos olhos de alguns.
Aos meus olhos, e será essa a perspectiva que transmitirei aos que me sucederão, o valor das pessoas não se mede pela quantidade de erros ou de acertos que a História poderá ou não desmentir nessa qualidade, um dia. Mede-se pelo legado a que a sua passagem pela vida se associa, pelo que de concreto as notabilizou.
No caso destes Homens, é da Liberdade que se trata. E essa perspectiva basta-me para não me meter em bicos de pés e para assinalar sem problemas o meu respeito por estes dois portugueses de esquerda e a minha lamentação solidária a quem mais sentirá a sua falta.

A História séria há muito deixou de acreditar em papões.
15
Jun05

NEGÓCIO DA CHINA

shark
Investigator_writes.gif
Sem proferir palavra, o detective privado pousou na secretária o resultado sórdido da sua investigação. Quedou-se por instantes, aguardando o melhor momento para apresentar a conta dos seus serviços que a própria ética do ofício condenava. O momento não chegaria, percebeu-o pela expressão angustiada do cliente que contemplava os envelopes castanhos sem coragem para os abrir. Decidiu então borrifar-se para o mal alheio e retirou do bolso interior do casaco um outro envelope, mais pequeno, no qual se encontrava apenas um pedaço de papel dobrado em dois.

Pigarreou, tentando chamar a atenção do fulano antes que um desmaio, um ataque de fúria ou um voo planado pela janela o impedissem de cobrar o total da soma que efectuara no papel. Já vira acontecer de tudo, no momento das penosas constatações que oferecia sob o pretexto de iminente divórcio a tipos como aquele. Provas, diziam, para minimizarem as perdas financeiras com o descrédito judicial das respectivas adúlteras. Seria verdade, para alguns. Não o era para a maioria, na qual se encaixava o homem que se escaqueirava por dentro diante de si. O pretexto que usavam apenas justificava uma acção cujo mote saltava à vista como a tinta fluorescente que destacava no relatório os aspectos que julgava essenciais. Para o tal divórcio, claro está...

O amante ensimesmado e arrogante que o contratara jazia agora na lembrança, tamanha a distorção que os nervos crispados lhe provocavam no rosto lívido de desgosto e de profunda desilusão. O detective manteve o silêncio enquanto o olhar alucinado do outro fingia percorrer as parcelas da soma que lhe competia pagar. Já não estava ali, a criatura que em piloto automático contou as notas até perfazer a quantia. O troco, como de costume, fazia de gorjeta. Um bónus, como alguns preferiam chamar aquele montante acrescido de recompensa, pela qualidade do serviço sujo que lhes prestava. Mais valia pagarem-lhe para os chicotear, tamanha a tristeza que invadia o semblante da clientela no acto de entrega da mercadoria solicitada. Encomendavam sarilhos e ele fornecia, sempre com a máxima discrição, a mais invocada das exigências numa actividade clandestina. Chamavam-lhe o elemento surpresa, como se a estupefacção da surpreendida trouxesse ao cornudo alguma vantagem ou simples consolo no meio de um cenário assim.

Muitas vezes adivinhava nos gestos, nas palavras e nas expressões dos seus clientes a sequência lógica
da sua revelação. Uns optavam de caras pela violência, pancada até desfalecer no corpo infiel da traidora. Outros, nem sempre melhores de assoar do que os brutos primários, maquinavam na hora os esquemas mais tortuosos de utilização do produto final. Desgraçavam a vida às respectivas sem lhes tocarem num cabelo, esgrimindo gravações, fotografias e outros elementos de prova em muitos pontos estratégicos para além do inevitável tribunal. E depois havia-os assim, calados, em choque e sem capacidade de reacção.
Esses eram mais difíceis de prever nas reacções que se seguiam. O desse dia definhava sem um pio, olhos postos nos factos da sua constatação. No caso concreto, era a amante que o traía com um amigo especial e não a mulher que dormia sozinha numa cama para dois onde ele pouco se estendia. Era um pedaço de mulher, a rapariga, hábitos de pessoa culta e bem formada, um corpo escultural. Bastariam dois meses para obter o material necessário, ela pouco escondia e na verdade nada teria a esconder. Excepto dele, o macho possuidor de uma relíquia que nunca admitiria partilhar com outro da espécie, vergonha, apesar de a sua própria condição o inibir de tais veleidades ou intromissões. Mas o homem, abastado cinquentão, julgava-a sua e investiu naquilo que considerava legítima defesa patrimonial. Não havia outra forma de entender o problema, houvesse uma alma com a paciência necessária para o explicar ao palerma que sofria por causa da sua lamentável estupidez.

Quando fechou a porta do gabinete e se despediu da recepcionista que consigo colaborara em alguns aspectos da investigação, embrenhou-se num raciocínio que o divertiu pela conclusão. A alma do negócio não era o segredo, que no caso sempre existia, mas sim o ciúme que corroía a perspectiva aos mais fracos de entre os fuinhas capazes de pagarem por um serviço assim. Flagelavam-se com imagem inventadas enquanto aguardavam confirmação da suspeita e quando assistiam em privado às desonras, como as sentiam, não conseguiam lidar com a pressão. Ensandeciam.
Não estranhou por isso o aglomerado de gente chocada diante da porta principal, a agitação provocada pela explosão em pedacinhos de um corpo estatelado no pavimento, vindo do piso mais alto do edifício de escritórios onde obtivera maior número de recomendações.

Mirou de soslaio o que restava do infeliz enquanto anotava na agenda uma eliminação de ficheiro a efectuar e o quilo de cebolas que a mulher lhe pedira para comprar no caminho de regresso. Confirmou que ainda lhe sobrava rolo na máquina fotográfica para uns flagrantes de outras vidas em tormento. Depois, sacudiu a gabardina e infiltrou-se na multidão.
14
Jun05

A POSTA NO CULTO DO PRAZER

shark
casal21.jpg
Nos assuntos da cama não existem almas gémeas. Precisamente porque não há duas pessoas iguais e porque ainda que o fossem seriam sempre de alguma forma condicionadas pelas influências que recolhessem ao longo das suas vidas.
Torna-se por isso natural que tenhamos que nos adaptar uns aos outros em matéria de sensibilidade, de ritmo, de sentido de oportunidade e de mais uma série de coisas susceptíveis de fazerem toda a diferença no momento das concretizações. É o mínimo que se pode exigir a quem se predispõe a partilhar um acto tão sublime com qualquer outra pessoa.

Por outro lado, e sobretudo quando mantemos relações amorosas sem termo certo, é fundamental que nunca releguemos para segundo plano o investimento pessoal nos aspectos que podem minar o futuro que perspectivamos.
Na cama, essa é para mim a regra fundamental. E porquê? Porque é inevitável o espectro da monotonia numa relação isenta de culto. O culto do prazer, para definir melhor os contornos do meu raciocínio.
Claro que outros componentes são vitais para que tudo corra pelo melhor, dentro da cama ou fora dela, mas hoje decidi concentrar-me na questão do sexo. Para variar.

Para nos sentirmos especiais para quem nos usufrui, esse alguém deve estar atento(a) aos pormenores. Um exemplo concreto: se um homem não tem a atenção necessária para identificar de imediato uma novidade no arsenal de lingerie da sua parceira, então, desculpem lá, mas não merece a sorte que a vida lhe ofereceu. Porque ignora ou subestima o esforço que ela faz para se tornar atraente e apelativa aos seus olhos. E assim vulgariza a pessoa e a relação, estraga o clima e é bem capaz de ficar a ver navios nessa noite onde tudo se conjugava para mais um excelente momento a dois. É assim e não há hipótese de ser visto de outra maneira.
E mais: perante tais gestos de exibição de interesse na nossa pessoa não podemos limitar-nos a apreciar ou mesmo a louvar a intenção. Devemos sentir-nos obrigados a corresponder na mesma moeda, dentro dos meios ao nosso dispor. O culto também se manifesta dessa forma.

O fantasma da monotonia, e ninguém me venha dizer que está isento(a) de medos (e de certezas...) nesse domínio, existe e deve ser combatido com firmeza e convicção. Se gostamos da coisa (e da pessoa) compete-nos levar a sério todas as ameaças à felicidade que devemos perseguir com obstinação.
A fantasia, algo que soa ridículo a quem não percebe nada destas coisas, é um instrumento valioso para contornar esse perigo do adormecimento de uma relação à sombra da bananeira.
E isto não é discurso de tótó, como saberá quem vive o assunto à luz de uma perspectiva similar à minha, até porque a fantasia (como a palheta) só serve de alguma coisa se lhe associarmos a vontade e a tesão necessárias (perdoem-me a franqueza).
De resto, incluo o papel da fantasia numa relação no mesmo plano da minha tola em que assumo que estou pronto para abraçar o Viagra no dia em que essa necessidade se manifestar.
Vale tudo para mantermos a nossa vida sexual numa boa onda.

A fantasia é o reino da liberdade colocado ao alcance das nossas cabeças. É um mundo perfeito, ideal, que podemos recriar com todo o empenho e carinho para servir o mais simples dos propósitos: receber e proporcionar prazer nos actos em que nos envolvemos.
E por fantasia não entendo (nem deixo de entender) o recurso a fetiches ou outro tipo de extravagâncias. Por vezes basta a conjugação de um cenário bonito com um discurso agradável para se criar o melhor clima para nos embrulharmos numa cama (ou noutro sítio qualquer). Mas tudo é possível e não existem (não devem existir) restrições nessa importante e delicada matéria. O limite é o da intimidade criada e o da vontade de fazer mais e melhor para fomentar o desejo noutra pessoa. E é sempre compensador o resultado obtido com base nesta motivação tão simples quanto eficaz e encantadora (para quem entenda a dedicação implícita nesse esforço de sublimação da partilha): o retorno faz-se sentir na própria ocasião que visamos estimular...

Os dois princípios fundamentais para mim (a Liberdade e o Amor) estão presentes nas minhas decisões e no meu comportamento no que respeita às relações amorosas. Em ambos os casos, consolidam e justificam qualquer aposta que entenda fazer em prol de uma relação saudável e feliz.
É uma receita ganhadora e não estou a armar-me aos cucos com tiques de Júlio Machado Vaz. O que digo, afirmo-o com base nos meus pressupostos subjectivos e absolutamente questionáveis por terceiros. É a minha opinião, resultante da minha combinação de factores e pode nem resultar com outros tipos de pessoa.
Mas lá que vale a pena ter estas coisas em conta e nunca as descartar de forma leviana, isso posso eu garantir-vos com base na minha própria experiência.
É um dos segredos da minha maneira de viver feliz.
Depois digam que nunca vos dei nada...

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