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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

29
Mai05

É SÓ PRA DIZER...

shark
lagobelvedere1.JPG
...Que estou preocupado com o clima algo tristonho que parece ter-se instalado num sector da blogosfera ao qual me sinto particularmente ligado.
Um gajo vira costas e aumentam-lhe o IVA, o tabaco, a gasolina e mais o que houvesse para aumentar. E ainda por cima dá de trombas com uma carrada de malta fixe toda faralhada nos humores?
Há que combater sem demora esta neura blogueira. Como venho fresquinho, começo por vos desejar uma semana em cheio e enviar um abraço bem apertado a todas e a todos que não têm andado como gosto de os ver.
A vida é bela e cada instante é precioso, porra!
26
Mai05

A POSTA DO ALÉM

shark
Ao contrário do que o título faça presumir, ainda não morri. Mas estou longe da minha terra e isso causa-me sempre algum desconforto, mesmo que em causa estejam umas férias no sítio que o Leonel adivinhou.
No momento em que escrevo esta posta já não estou onde estava. Rumei para o ponto de onde me chegava o som de belas composições musicais e a imagem da mesma grandiosidade que os Habsburgo vincaram. É de Viena que vos dirijo agora as minhas palavras, sem imagens porque o tempo escasseia para as editar. Tal como Praga, a capital austríaca faz as delícias de qualquer fotógrafo amador. Em cada rua um momento de génio e de beleza (não estou a falar de cerveja), em cada espaço uma referência que me recorda os elos de ligação entre os povos da Europa dita ocidental. Quase faz sentido existir uma União Europeia com Constituição comum. Quase...

As diferenças são colossais, também. Não me revejo, português, na antipatia dos checos ou na frieza da maioria dos quase-alemães que vivem na Áustria. Também não me reconheço, português, na diferença de ritmo. Ou na disciplina interiorizada como uma obrigação natural. Eu atravesso a estrada com o sinal vermelho para os peões se não avistar um veículo a mais de trinta metros. Eles não. Aguardam com paciência a autorização luminosa para avançar, a voz de comando sem a qual são incapazes de funcionar. Atadinhos...
E no entanto, capazes de proezas tão simples como desenvolverem o seu país a uma passada que nos envergonha. Capazes de darem o seu melhor por uma realidade colectiva que os portugueses voltaram a desdenhar, trombas viradas outra vez para os seus umbigos e para a descrença na capacidade de vencer. Uma nação de coitadinhos que se julgam incapazes de darem a volta à merda de uma recessão, à vergonha da corrupção, a qualquer adversidade de treta quando comparada com as destes países que visito e que se viram arrastados pelo turbilhão de duas guerras mundiais. É vê-los agora, pujantes, orgulhosos, cheios de ambição.

Visitar outras terras obriga-nos a entrar em comparações e eu tenho feito as minhas. E não gosto das conclusões que os factos me impõem. Não gosto de ver Portugal a definhar por nossa culpa. Querem um exemplo concreto? Esta noite passei o serão na "feira popular" de Viena, um local fabuloso onde reina a diversão. Como fomos capazes de permitir, sem um protesto veemente, que nos privassem de um espaço assim na nossa capital? Porque cruzamos os braços perante a mediocridade e a estupidez como se fossem coisas inevitáveis ou mesmo naturais?
É isso que sinto quando me vejo, português, cheio de saudades da minha terra, cheio de certeza de que é o melhor país para viver e afinal tão hesitante perante algumas interrogações. Tão fácil seria seguirmos o exemplo de parceiros comunitários como a Irlanda e guindarmos o nosso país ao nível que lhe compete ambicionar...
Contudo, reflexões patrióticas à parte ou talvez não, vejo-me igualmente português quando me cruzo nas ruas com os magníficos olhos azuis das nativas e não escondo a minha certeza de que é no meu país que habitam as europeias mai lindas que já vi.
Eles que se entretenham a cumprir os critérios económicos de Bruxelas. Nós temos assuntos muito mais sérios e estimulantes para nos ocupar o tempo e a motivação.
24
Mai05

A POSTA EMAIL

shark
Estou a escrever esta posta numa terra onde a internet ainda gatinha. Pensava poder manter o contacto convosco a partir do portatil, mas isso nao eh possivel. Remedeio-me, pois, para matar saudades e mitigar o vicio de blogar, com uns minutos de ligacao que me concederam num hotel. Sem acentos nem nada, mesmo so para vos referir que estou a gozar uma semana de ferias que terminam no Domingo e que regressarei ao activo nessa altura (caso nao consiga net em condicoes ate la).
Nestes termos, esta posta eh mais um email que dirijo ah malta que frequenta o charco. Para saberem que estou ausente mas vivinho da silva e atento ao que se vai passando nesta comunidade que nos uniu.
Para quem me trata e me sente como um amigo envio as calorosas e efusivas manifestacoes de apreco (apresso) que sabem ser meu apanagio.
Para quem me vai enviando recados subliminares nos seus blogues, confirmo a recepcao (eu nunca me esqueco de voces nos meus periplos blogueiros) e agradeco a gentileza (que nao ficara sem a resposta que as boas maneiras e o meu modo de estar exigem).
Para quem apenas passa aqui de visita, envio um pedido de desculpas por esta fase meio apatica do charco. Sera temporaria e nao tarda a acabar.
Na pior das hipoteses, segunda-feira regresso as lides blogueiras em pleno. E isto se ate la nao arranjar um acesso ah net em condicoes nesta zona da Europa.
Nao posso esgalhar jah uma especie cronica de viagem (ate porque esse eh mais o pelouro do Bin...), mas adianto que estou numa terra que eh um viveiro de monumentos muito bonitos. E de loiras, imensas e bem frescas, dado tratar-se de um pais com forte tradicao cervejeira...

Mas no fundo eu tenho eh saudades vossas, pah!
21
Mai05

O MEU ELEMENTO NATURAL

shark
fortaleza1.JPG
Há mais do que um Alentejo no meu quadro de referências acerca da região do país que sempre me fascinou mais. De forma simplista posso reduzir a duas imagens, esse meu fascínio alentejano. A terra e o mar. Há muitos anos que me encanto com as planícies alentejanas e com as suas gentes. Há ainda mais anos que a costa alentejana faz parte do meu Verão.
Mas é inegável a minha adoração reforçada por aquela terra e a explicação para o amor à terra, curiosamente, encontra-se no mar. Não num mar qualquer, mas numa mulher. Especial aos meus olhos. Alentejana. Por quem me apaixonei há poucos meses atrás, como o destino traçou quando finalmente cruzou o caminho do tubarão com o do seu elemento natural.

Claro que amo o Alentejo mais do que nunca. Claro que mais do que nunca me preocupam as suas inúmeras aflições. A seca, que ainda não acabou. E o desemprego, escandaloso. Mais as outras mazelas que resultam da falta de atenção que o resto do país lhe dá, pior quanto mais distante do litoral.
E por isso tinha preparado uma posta que publiquei mas acabei por retirar a seguir. Soube-me a pouco e pouco é algo que não entra no meu vocabulário de alentejano "arraçado" mas cada vez com mais sotaque...
Pouco é algo que não está à altura do muito de bom o Alentejo me dá. E não há nada melhor do que o amor.

Partilho convosco esta realidade porque ela faz parte do homem que hoje sou. E o que sou é aquilo que tento partilhar. Sem merdas, como gosto de referir. Para saberem a todo o instante com quem podem contar deste lado da coisa, tal como o blogue da Mar me permitiu descobrir nela a amiga e depois um amor.
Sou mesmo assim, tal e qual, como confirmaram ao vivo os amigos que a blogosfera já me apresentou. Sou o protagonista do meu próprio papel perante vós. E na minha natureza escreve-se o argumento do filme que as minhas postas tentam reproduzir. O meu, onde o Alentejo decidiu entrar em força. Como a força e a solidez das minhas convicções acerca desta relação que estamos aos poucos a construir. Um romance que não se quer esconder onde mais exposto estaria à sua vulgarização por terceiros: no falatório à toa e na inevitável especulação. E porque há quem ainda não tenha percebido bem os contornos da situação em causa. no compromisso, na entrega e nas perspectivas.

As cartas na mesa, como ela referiu. E não se admite batota.
É assim que estão as coisas, sérias quanto o podem ser nesta altura, impermeáveis a más influências do exterior, robustas como a fortaleza que se ergue em torno de qualquer ligação empenhada e vibrante, apaixonada, assumida por duas pessoas de bem.
Soube-me a pouco a posta que retirei por não fazer justiça ao Alentejo na principal razão que a justificava, a mulher que a inspirou.

Acho que assim ficamos conversados, não é?

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