14
Abr05
A POSTA CIUMENTA
shark
Ninguém pode afirmar se tem origem cultural ou visceral. E pode efectivamente levar uma pessoa à loucura, como o demonstram os inúmeros crimes passionais protagonizados por amantes em fúria.
O ciúme, para uns um indicador de paixão e para outros uma manifestação grosseira do sentimento de posse, está inevitavelmente ligado ao amor na reputação e ao horror em algumas das suas piores consequências. É um sentimento extremado, capaz de suscitar reacções imprevisíveis. E as mais diversas opiniões.
Poucos conseguem alhear-se à perturbação originada pela ciumeira. Cada um experimenta-a à sua maneira, de acordo com a sua sensibilidade e com a intensidade da paixão que a alimenta. Há quem chore, quem grite e quem emudeça. Há quem se revolte, quem se sinta culpado e quem baixe os braços em dolorosa resignação. Há de tudo, mas sempre com a tónica assente no sofrimento, na raiva e/ou na desilusão.
Embora seja aceite como inevitável em qualquer tipo de relação amorosa, a carga pejorativa que lhe está associada deriva de um facto muito simples: o ciúme anda de braço dado com o espectro da traição.
Temos ciúmes quando nos confrontamos com a possibilidade (real ou fictícia) de alguém partilhar o afecto de uma pessoa nossa amada. A partir daí é possível todo o tipo de cenário ou conjectura. E as interrogações multiplicam-se, quanto mais avançamos na análise deste tema.
Porque sentimos ciúme? Pelo instinto de posse ou pelo apego à monogamia que a nossa educação incute? Pelo amor a outra pessoa ou a nós próprios? É uma derivação do egoísmo ou uma adoração descontrolada? A minha opinião não oferece respostas definitivas e por isso gostava de conhecer a vossa, ainda que seja ambicioso esperar obtê-las.
No entanto, a troca de impressões acerca de um tema tão relevante na nossa estrutura emocional nunca me pareceu supérflua. Até porque existem questões directamente ligadas ao ciúme que não se esgotam no espaço restrito de uma posta. Questões como a infidelidade, a confiança e as repercussões do ciúme no contexto de uma relação. Como o ciúme ser motivo bastante para separar em definitivo duas pessoas que, em muitos casos, nem deixam de se amar. Apenas se afastam pela violação dos princípios.
Eu entendo o ciúme como um perigo latente que pende sobre cada cabeça numa relação. Uma guilhotina potencial para a mais sólida das ligações. Não é um mal menor nem me parece um mal necessário. É uma manifestação de insegurança, uma expressão insana da nossa incapacidade de abdicar do controlo das emoções de quem sentimos como nosso. Mas que afinal nunca o é. E só opino para fornecer um ponto de partida para as vossas intervenções, caso optem por alimentar na sala abaixo um papo acerca deste assunto tão melindroso e, contudo, descaradamente apelativo para quem gosta de discutir o amor. Sob todas as perspectivas.
O ciúme, para uns um indicador de paixão e para outros uma manifestação grosseira do sentimento de posse, está inevitavelmente ligado ao amor na reputação e ao horror em algumas das suas piores consequências. É um sentimento extremado, capaz de suscitar reacções imprevisíveis. E as mais diversas opiniões.
Poucos conseguem alhear-se à perturbação originada pela ciumeira. Cada um experimenta-a à sua maneira, de acordo com a sua sensibilidade e com a intensidade da paixão que a alimenta. Há quem chore, quem grite e quem emudeça. Há quem se revolte, quem se sinta culpado e quem baixe os braços em dolorosa resignação. Há de tudo, mas sempre com a tónica assente no sofrimento, na raiva e/ou na desilusão.
Embora seja aceite como inevitável em qualquer tipo de relação amorosa, a carga pejorativa que lhe está associada deriva de um facto muito simples: o ciúme anda de braço dado com o espectro da traição.
Temos ciúmes quando nos confrontamos com a possibilidade (real ou fictícia) de alguém partilhar o afecto de uma pessoa nossa amada. A partir daí é possível todo o tipo de cenário ou conjectura. E as interrogações multiplicam-se, quanto mais avançamos na análise deste tema.
Porque sentimos ciúme? Pelo instinto de posse ou pelo apego à monogamia que a nossa educação incute? Pelo amor a outra pessoa ou a nós próprios? É uma derivação do egoísmo ou uma adoração descontrolada? A minha opinião não oferece respostas definitivas e por isso gostava de conhecer a vossa, ainda que seja ambicioso esperar obtê-las.
No entanto, a troca de impressões acerca de um tema tão relevante na nossa estrutura emocional nunca me pareceu supérflua. Até porque existem questões directamente ligadas ao ciúme que não se esgotam no espaço restrito de uma posta. Questões como a infidelidade, a confiança e as repercussões do ciúme no contexto de uma relação. Como o ciúme ser motivo bastante para separar em definitivo duas pessoas que, em muitos casos, nem deixam de se amar. Apenas se afastam pela violação dos princípios.
Eu entendo o ciúme como um perigo latente que pende sobre cada cabeça numa relação. Uma guilhotina potencial para a mais sólida das ligações. Não é um mal menor nem me parece um mal necessário. É uma manifestação de insegurança, uma expressão insana da nossa incapacidade de abdicar do controlo das emoções de quem sentimos como nosso. Mas que afinal nunca o é. E só opino para fornecer um ponto de partida para as vossas intervenções, caso optem por alimentar na sala abaixo um papo acerca deste assunto tão melindroso e, contudo, descaradamente apelativo para quem gosta de discutir o amor. Sob todas as perspectivas.