Numa entrevista que concedeu ao Weblog.PT, a Catarina do
100nada referiu que muitas vezes sentimo-nos (os blogueiros) tentados a ir atrás dos gostos e das pressões dos leitores. Por outro lado, na caixa de comentários do
Ruínas Circulares um leitor interrogava-se se isto dos blogues é algum concurso. E um pouco por todo o lado encontram-se referências directas dos autores dos blogues aos indicadores que nos referenciam, os escassos estudos de audiências a que temos acesso para compreender a evolução do nosso trabalho.
Não existe volta a dar. Na maioria dos casos, quem bloga só sente que o esforço vale a pena quando o retorno incentiva a continuar. O retorno mais óbvio é o número de visitas que um blogue consegue acolher. A quantidade (e a qualidade) dos comentários que nos deixam é outra medida do impacto que as nossas imagens, palavras e sons provocam nas pessoas com quem nos partilhamos, queiramos ou não.
Um dos mecanismos mais importantes de divulgação de um blogue é o linque nos espaços dos colegas, sendo claro que a multiplicação desse tipo de referências está directamente associada ao entusiasmo que nós e/ou o nosso desempenho suscitam na vizinhança. Aliás, apesar de ser inegável que o fenómeno da blogosfera ganha crescente importância e dimensão, quase todos os meios de divulgação partem do seu interior. Palpita-me que uma realidade andará sempre de mãos dadas com a outra e cada vez será mais evidente o cariz indissociável da sua ligação. Disputamos afinal a atenção e o tempo das mesmas pessoas que os (outros) órgãos de comunicação reclamam para si.
Faz para mim todo o sentido analisar a estatística do desempenho do meu blogue. Não gosto de trabalhar pró boneco nem tenho paciência para monólogos ou para causas perdidas, para além de que respeito como critério fundamental a pressão indirecta dos meus visitantes. Naturalmente, só porque a minha posta mais bem sucedida teve por tema o futebol isso não implica que eu decida competir com o
terceiro anel. A minha opinião não diverge sobremaneira da que a Catarina manifestou na sua excelente entrevista ao Luís Ene.
Porém, entendo que todos os que investimos o nosso tempo e, em alguns casos, o nosso dinheiro nesta forma de comunicar tenhamos o cuidado de a compreender, de nos esmerarmos na sua feitura e de promovermos a respectiva divulgação.
Por esse motivo, não me choca assistir às manifestações de júbilo dos que se veêm distinguidos numa posta de um blogue credenciado, num medidor estatístico relevante ou num comentário daqueles de nos fazerem perder a respiração. E quero fazer a minha parte na divulgação de tudo de bom que encontre entre as largas centenas (três mil?) de blogues portugueses que existem para me impressionar. Quando o conseguem, os blogues ou as pessoas por detrás, estimulo quem me visita a ir conhecer essas realizações. Nada mais simples e natural.
E sim, eu gostava de merecer pelo meu Charquinho um prémio no
tadechuva, uma citação no
Blogotinha ou um lugar de topo no blogómetro do
Weblog.PT, só para citar alguns. Repito: eu gostava de merecer.
Só existe um caminho para o conseguir e depende de duas ordens de factores. A repetição da vossa presença, todos os dias, e a primeira visita de muitos outros como vós, aliadas à minha capacidade e perseverança para vos agradar a todo o instante com o meu desempenho enquanto anfitrião.
E só pago 59,50 por ano pela renda e o senhorio é um baril, faz as obras todas...Quem não gosta de acolher bem os outros e de os fazer sentirem-se como em sua casa? A ciência da coisa está inteirinha nesta questão. O resto são pormenores.
Fiquem por aqui à vontade, quanto tempo quiserem, que eu não me importo de dormir no sofá. E um favaios? Também marchava, não? Vou num instante buscar.