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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

12
Jan05

CRISE DA ADOLESCÊNCIA

shark
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Um dos blogues que sigo com algum interesse é o Enresinados. São gajos porreiros e esforçam-se por manterem um espaço divertido e onde reina a animação. Seduz-me pelo estado de espírito, por assim dizer.
Outro que nunca me canso de referir é o Ruínas, uma paixão minha que não cessa de aumentar.
O paralelo entre os dois faço-o pelas duas últimas postas que li em cada um.
No caso do Ruínas, o João Pedro da Costa disseca uma posta do José Luís Peixoto como uma rã. Pior, como uma rã mais mutante do que uma tartaruga ninja, peçonhenta e desprezível. Nada habitual no Ruínas e no meu puto de estimação.
Já o Cachucho, desaustinado pelo recente desaire do nosso Glorioso ou levado aos arames por alguma posta que lhe caiu mal, desancou sem dó nem piedade toda a vizinhança.

A blogosfera está a perder a identidade, acusa ele. Estão a formar-se clãs (ai, a Posta Romântica, esse clã de pinga-amores que me obriga a enfiar a carapuça), afirma ele. E existem penetras, geniais, bestas. E há os que criticam mais os que não aceitam críticas. Não esquecendo os cagões, os que ofendem e os mentirosos. Ah, e os lambe-botas...
O Cachucho vai mais longe, porém. Diz que parece que estamos metidos numa guerra, onde numa barricada estão os lambe-botas (lambe-cus também se adequa) e na outra estão, cito, ‘os-que-são-acusados-de-que-tudo-o-que-escrevem-ser-um-perfeito-disparate’. Fim de citação.

De repente, a blogosfera do Cachucho transformou-se numa abóbora e o nosso simpático colega caiu ‘na real’ e zurziu às cegas com a vergasta da sinceridade espontânea e demolidora. De repente também, a blogosfera do João Pedro transformou-se num coio de moralistas e o gajo mandou-se ao Peixoto com ganas de pugilista. E eu, apanhado de surpresa pelos dois, aproveitei para acrescentar mais uns pós à confusão com a minha posta anterior.

Realmente, a blogosfera está a perder a identidade mas é a que assumia em criança. Quanto mais as pessoas se abrem e partilham, mais se reflectem nesta comunidade as coisinhas de merda que todos, de alguma forma, trazemos agarradas à sola da nossa personalidade real e de vez em quando tornam pestilenta a nossa conversa e sobretudo esborratam os contornos de algumas relações. Faz parte do processo de crescimento da blogosfera e espelha a separação das águas que começa a acontecer.
Como ouvi dizer o Pedro Mexia num programa da RTPn, a blogosfera actual é um conjunto de circunferências e algumas nem se chegam a tocar. Pois é. A malta começa a (re)conhecer melhor as boas e as más companhias e, lá está, refugia-se nos seus clãs.
Por outro lado, a porta que deixamos aberta a quem quiser entrar é um flanco desguarnecido à mercê das tropas que nos querem fazer a folha, desmoralizar.

Mas eu digo: ânimo, Cachucho! Se é fácil reconhecer-te a razão no desabafo que deitaste ao mundo blogueiro, com pequenas divergências aqui e além, também é igualmente verdade que existem espaços onde se encontra gente que vale a pena acompanhar e eu incluo-te nas minhas referências nessa matéria.
E a ti, ruinosa cascavel, informo-te que a merda da tua acidez deu-me uma azia que ainda não parei de arrotar. Faltava a posta de pescada. E o cházinho de tília, para não engolirmos em seco estas invectivas revoltadas que afinal são a prova derradeira de que a blogosfera cresceu e está a entrar na adolescência. Impossível de aturar, mas fascinante na sua amadurecida transparência.

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