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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

14
Jul13

A posta que do tempo perdido ninguém sai vencedor

shark

Parece difícil, no meio de tanto ruído que as coisas desagradáveis provocam, ruído amplificado pela tensão de uma correria sem nexo numa pista sem destino algum em concreto. Sobrevivência, medida pela bitola do nível de vida que conseguimos alcançar.

A luta que abraçamos para mantermos o estatuto que percepcionamos naquilo que nos serve de referência, bens de consumo, tranquilidade financeira que nos ilude porque nos afasta do que parece sempre tão difícil, mas não é.

 

A felicidade ambicionada, mais do que qualquer uma das coisas, coisas(!), que nos foge por entre os dedos como a areia na ampulheta imaginária que mede o tempo perdido que descobrimos tarde demais não ser possível recuperar, é instantânea, imediata, percebida em instantes fugazes da mais benigna lucidez.

 

O abraço sincero de um amigo, as gargalhadas de um filho, o olhar reconhecido de uma mulher que num momento qualquer descobriu o prazer de se sentir especial.

Felicidade genuína, daquela que nos passa quase despercebida na porra de uma vida que a vê passar de raspão. Coisas simples, de todo pequenas, que nos marcam de forma indelével em pedaços de memória que agarramos com sofreguidão.

 

Parece difícil, no meio de tanta distracção que nos afasta do que teorizamos importante mas praticamos irrelevante no contexto de uma luta interminável pelos objectivos materialistas que nos propomos concretizar. Pois parece.

E a vida quase nos adormece o instinto protector daquilo que mais nos interessa, atarefados na guerra pelo que acreditamos ser uma vida melhor, alienados pelo ritmo que acaba por nos impor essa obsessão permanente de chegar mais longe, mais alto, mais distante do que intuímos importante ao ponto de constituirmos pretexto para justificar qualquer ausência, qualquer abstinência da felicidade que adiamos sempre para depois.

 

Afastamos-nos do que interessa sem disso darmos conta (e às tantas despertamos à bruta) do que vale a pena na existência, o tempo passa depressa, e caímos em nós porque sabemos a cada instante em que consiste ser feliz e insistimos no caminho errado como se fosse uma obrigação, como um falso cego que faz de conta que não vê.

E nessa altura o mais difícil é percebermos porquê.

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