Balanço
Ganha balanço para o salto que precisas dar, abraça a atracção pelo abismo onde se afunda o teu olhar. Memórias (doidas) varridas de emoções que encontraste despidas no instante em que te propuseste pôr tudo a nu, o centro do mundo és tu enquanto te concentras para a descolagem, enquanto te libertas da bagagem dispensável, de tudo aquilo que é passado a ferros no presente que te esmaga com a ansiedade de não saberes o que o futuro te reservará.
Perde de vez o medo da exposição de qualquer segredo perdido no tempo em que escondias as fraquezas, assume a expressão das tuas certezas e intimida dessa forma qualquer agressor. Grita se necessário, enfrenta o mais perigoso adversário, dentro de ti, um lastro de outros que carregas como um Sísifo imbecil e te atrasa, perdido por um, perdido por mil, para o compromisso inadiável com o destino que o acaso te ofereceu e que, para esse efeito, é mesmo só teu.