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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

28
Out12

SAUDADES DO TINO DE RANS

shark

A anunciada candidatura do mais bizarro híbrido do jet set português à presidência de uma Câmara Municipal pode inspirar-nos sorrisos, pelo absurdo, como pode sugerir-nos insultos, pelo descaramento. Mas pode e deve alertar-nos para o facto de esta iniciativa do bobo da corte poder constituir o primeiro passo para que, por exemplo, os participantes na casa dos segredos comecem a tomar conta das Juntas de Freguesia das suas terras, de assistirmos à propagação de um fenómeno que já se faz sentir em diversas áreas da vida pública e que se traduz na projecção mediática como principal critério de selecção seja para o que for.

 

O Tiririca, como se previa, já está a fazer escola neste país cheio de sentido de humor e vazio de alternativas. De resto, o enérgico Coelho madeirense já tinha apanhado essa onda e agora lá anda, mais a família e amigos, a dar cabo da cabeça ao Alberto João. O passo seguinte, na lógica simples dos famosos que precisam mesmo de dar o litro para atraírem os holofotes, é esta candidatura sonsa de um espertalhão que vai a todas (e a todos?) para rentabilizar o protagonismo, seja ele qual for.

É esse precedente que me preocupa, neste contexto de desorientação eleitoral tão permeável a figurões e figurinhas, e me leva a dar razão aos que pugnam em defesa da classe política.

De facto, o exemplo que me move é uma exibição grotesca de um dos cenários possíveis para o eventual castigo que os eleitores pretendam aplicar ao todo barrado com a manteiga da generalização. Substituir os políticos por figuras decorativas sem qualquer espécie de noção da responsabilidade que um cargo político acarreta, e as broncas não acontecem a brincar nem se resolvem com meia dúzia de larachas, é nada mais nada menos do que uma leviandade descomunal.

 

É certo que sobejam exemplos de palhaçadas governativas e de folclore autárquico, mas uma Democracia digna desse nome leva-se a sério. Se temos que exigir mais e melhor dos nossos políticos, existem mecanismos ao alcance para isso acontecer.

Se entregamos o poder às figuras mediáticas ou aos palradores populistas, em vez de o devolvermos às pessoas capazes e de bem que possam promover a recuperação do país podemos assistir num futuro próximo a um pandemónio que só agravará ainda mais a crise em que mergulhámos.

E abrimos os portões para a entrada de figuras bem menos simpáticas, tiranos oportunistas, que brotam como cogumelos ao mínimo indício do que, na prática e tendo em conta personagens como o tal candidato anti-lojas do chinês, constituem nada divertidos e sempre muito perigosos vazios de poder.

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