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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

28
Ago11

NÃO NOS CONTEM QUE É SEGREDO

shark

Se há coisa que me provoca calafrios é a existência de serviços secretos.

Por muito que faça todo o sentido a justificação oficial para a sua existência, a protecção contra os terroristas e outras ameaças desse calibre, a defesa do Estado contra os cidadãos maus deveria ser possível sem que para isso fossem criados grupos de pessoas que para saberem tudo precisam saber demais.

O poder confiado a esses grupos de pessoas é tremendo, na prática maior do que o dos próprios órgãos de soberania pois nem eles estão acima do raio de acção dos espiões cujo desempenho começa a ser pouco secreto no que respeita aos excessos que lhes denunciam uma rédea solta que jamais uma Democracia deveria tolerar.

 

Agora reparem: apenas por estar a escrever isto posso tornar-me num alvo desses serviços secretos que colocam telemóveis de jornalistas sob escuta só para tentarem caçar uma potencial toupeira nos seus túneis de informação.

É um facto, não é ficção. O optimismo não é a melhor resposta perante a possibilidade de os factos já vindos a público não serem excepções mas sim a regra de uma organização sem controlo efectivo por parte do seu criador, o que tantos os factos como a ficção demonstram ser o embrião de alguns dos piores monstros que o mundo conheceu.

Com aquilo que sabemos, sempre muito menos do que sabem alguns, já podemos concluir que tanto o processo de recrutamento como o de fiscalização desse poder perigoso são mancos e a própria Democracia pode ver-se coxa pelos danos sofridos, por exemplo, na liberdade de expressão.

 

Isto não é uma brincadeira de miúdos, é uma ameaça séria ao Regime. Muito mais séria do que a de Portugal ser alvo de atentados ou de um golpe de Estado que tanto do ponto de vista das probabilidades como da capacidade de resposta da Nação constituem medos inexpressivos quando, e é bom que o façamos, os comparamos com a entrega às cegas de poder quase ilimitado a fulanos capazes de o utilizarem em benefício próprio ou de instituições privadas cujos objectivos já se provam tortuosos na adopção destes esquemas que vêm a lume nas parangonas.

A ameaça de serviços secretos com rédea solta é invisível por inerência se os seus espiões não se revelarem tão trapalhões no encobrimento do seu rasto quando fazem das suas.

Ficamos, pois, à mercê do bom fundo desta malta ou apenas do nível das suas ambições pessoais.

É disso que se trata quando olhamos com atenção para estes sinais de balda onde ela nunca pode existir.

 

Já estamos a pagar a inépcia por parte daqueles a quem confiamos os poderes legítimos do Estado de Direito que escolhemos para nos organizar enquanto país.

Mas se olharmos para o que pode representar em matéria de custo a entrega de meios a organizações capazes, se extrapolarmos a partir do que já se sabe não podemos ignorar tal hipótese, de manipularem a legitimidade em prol de interesses nada públicos, a factura da nossa negligência pode levar-nos a hipotecar muito mais da qualidade de vida do que a falta de dinheiro nos possa acarretar.

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