A POSTA À BASTONADA A TORTO E A(O) DIREITO
O Bastonário da Ordem dos Advogados, cujo discurso já por diversas vezes elogiei aqui, entendeu nos últimos tempos dar uma de Passos Coelho e de cada vez que abre a boca sai asneira.
Agora entendeu insurgir-se contra o juíz que aplicou prisão preventiva aos dois jovens directamente associados à última grande realização cinematográfica do país real que a internet nos deu a conhecer.
Diz o Pinto que os juizes entenderam transformar a Justiça em instrumentos de terror, pela desproporção da pena aplicada, diz ele, tendo em conta a situação não ter deixado sequelas na vítima. É nesta justificação imbecil que o Bastonário deita a perder a credibilidade da argumentação que em muitos aspectos era reconhecida como válida relativamente à própria situação da Justiça.
Tendo em conta a explicação clara, detalhada e bem fundamentada para a medida de coação que o juiz não se coibiu de fornecer, bem como a displicência, a leviandade, como entende que uma brutalidade daquelas não deixa sequelas na vítima, Marinho Pinto provou que apenas está interessado em atacar os magistrados e em sacudir água de um capote, o dos advogados, cujo discurso afinal denuncia as suas culpas na manutenção de um Código Penal que de aterrorizador só tem os da impunidade máxima para os criminosos e da aparente irrelevância atribuída ao sofrimento das vítimas.