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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

27
Mai11

A POSTA NA MENSAGEM COLADA NA FACHADA DE UM BLOCO IMÓVEL: JÁ ERA

shark

Um dos principais trunfos do Bloco de Esquerda para alavancar a sua expressão eleitoral foi a irreverência da ala PSR, a falsa noção de que a presença de deputados provindos desse viveiro de contestatários criativos iria acabar com o bafio parlamentar tradicional pela multiplicação do espírito Acácio Barreiros dos primórdios.

Pura ilusão. Depois de constituído e instalado um grupo relativamente numeroso de bloquistas a mística esboroou-se e a diferença esperada transformou-se no sapo do mais do mesmo que em nada contribuiu para dinamizar ou sequer animar, tirando uma ou outra boca da plateia e respectivo troco, o ambiente no hemiciclo.

 

Claro que os visados e respectivos apoiantes sentirão o parágrafo acima como um insulto, partindo do princípio de que ainda sentem ferver no sangue a alma de esquerda revolucionária e não se revêem no papel de alimárias iguais às outras que tanto denunciaram nessa condição.

Contudo, só os mais esquecidos terão perdido o rasto às imagens dos divertidos murais, dos slogans imaginativos e, acima de tudo, das causas que constituíam uma segunda bandeira para as várias farinhas do mesmo saco que BE formou.

 

Com o passar do tempo, os perseguidores de utopias viram-se relegados para segundo plano em questões como a da IVG e do casamento entre pessoas do mesmo sexo, da defesa das minorias étnicas que até o PS com os seus turbantes e a forma como lidou no poder com um aumento da imigração sem precedentes ou a legítima (embora patética) colagem de um Passos Coelho à imagem de africano honorário, uma lança numa comunidade onde o Bloco dava cartas, lhe sonegaram. Da mesma forma nascem deolindas e homens da luta à revelia e até com indisfarçável alergia à conotação com aquilo que o BE de facto representa aos olhos de quem contesta.

 

Por outro lado, os eleitores suplementares da coligação de organizações quase inexpressivas que o BE representa, gente sem filiação partidária que embarcou na esperança de uma alma nova para o cenário político português, de uma agitação das águas com base em temas polémicos que a esquerda dita revolucionária tanto acarinhou em teoria, viram-se defraudados com a apatia bloquista em matéria da defesa de causas tão polémicas como a eutanásia ou a legalização das drogas leves.

Porém, o jovem e irreverente Bloco herdeiro da tenacidade da UDP, da criatividade do PSR e da energia dispersa de diversas correntes da esquerdalha não alinhada envelheceu.

 

E nota-se, no olhar sem chama das figuras mais mediáticas de um Bloco em queda livre nas sondagens, que se acomodaram às mordomias inerentes a um estatuto de deputado, de político a sério, mais crescido, e por isso deixam cair as suas lutas mais emblemáticas para alinharem pelo mesmo diapasão dos comunistas a quem já não fazem sombra e servirem apenas como mais uma inócua voz do contra muito jovial e sem gravatas à vista mas com o caviar a transbordar-lhes na modorra que, no caso concreto, só indicia uma indesmentível decadência.

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