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Dez04
GHOSTBUSTERS III - A REGURGITAÇÃO
shark
O casal dormia descansado no seu apartamento numa localidade dos subúrbios.
Às tantas da matina, uma das vizinhas desatou a espancar-lhes a porta de casa. Assustados, precipitaram-se para fora da cama como duas baratas tontas. A vizinha não abrandava o ritmo da batucada e acrescentava mais uns pós à desorientação dos jovens.
Conseguiram por fim abrir a porta e ela entrou desarvorada, direita à cozinha. Foi lá que lhes confessou o motivo da sua aflição. Fugia dos fantasmas que acreditava perseguirem-na no sentido de se apoderarem do seu corpo. Para evitar que tal acontecesse, a senhora tentava agora induzir o vómito para expurgar alguns resquícios de alma penada que pudessem ter invadido o seu sistema digestivo.
O casal evitou a custo o sucesso da tentativa. Depois gastaram parte do que restava da noite de sono a acalmarem a vizinha, horas a procurarem uma forma de a convencerem a regressar a sua casa, no piso superior.
Lograram transmitir-lhe a calma e a confiança necessárias para a serenar e ela lá subiu os degraus. Ao todo, dormiriam cerca de duas horas e no dia seguinte ambos foram trabalhar. Nenhuma entidade, médica ou policial, seria incomodada com este assunto de rotina.
Meia zonza, seria a moça a contar-me a história com todos os pormenores nessa manhã penosa e sustentada a cafés.
Causa-me estranheza. Porque será que cada vez nos surpreendem menos, estas manifestações públicas de evidente insanidade mental por parte das outras pessoas?