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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

03
Abr11

A POSTA QUE JÁ TE MORDI AS MANHAS

shark

A tristeza, sorrateira, invade a alma como uma cegueira que lhe crava as mãos no rosto e lhe desvia o olhar para tudo o que possa aumentar-lhe a influência e desorientar-nos a passada num mundo da escuridão.

 

A tristeza, matreira, tolda-nos a visão uma vida inteira se lhe concedermos uma hipótese de manipular a realidade, omitindo a verdade paralela a qualquer momento menos bom e que não passa apenas por ter podido ser pior.

Ela esconde tudo, até o amor, que possa desviar a nossa atenção da sua prioridade que afinal é a própria existência, ameaçada pelo conforto que nos traz o discernimento quando pousamos o olhar nas contrapartidas que a vida sempre nos dá.

As cores alegres quando olhamos para lá, para o lado oposto ao que a tristeza nos impinge, tão reais como o cinzento que finge ocupar a totalidade do horizonte quando o céu azul impõe a sua vontade algures com a ajuda iluminada do sol.

 

A tristeza, certeira, sabe aproveitar à sua maneira cada percalço, cada agrura, cada curva descendente da conjuntura para instalar a sua cortina de ferro diante do olhar que funciona como uma janela aberta na cela mais escura de uma prisão e a liberdade impõe-se, a de ser feliz, e essa vontade de escolher contradiz a triste apatia que se instala quando a própria esperança sucumbe à mercê do pessimismo oportunista que se traveste realista para a lógica lhe dar uma mão e recomendar a solidão como panaceia que não passa de outro fio numa teia de cumplicidades emocionais entre a tristeza e seus iguais na cruzada interior pela vitória final sobre os sorrisos e sua influência nefasta no desfecho de uma história que às emoções negativas não convém, pela mesma lógica que as fundamenta, possa acabar bem.

 

A tristeza, foleira, é uma velha carpideira que pinta tudo em seu redor com os tons de uma viuvez encenada de cada vez que precisa disfarçada a culpa que nunca assumirá.

 

Mas essa, embora igualmente solteira, jamais morrerá.

2 comentários

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    shark 04.04.2011

    Eu nisso das cortinas, sobretudo as de banho, até sou um grande adepto da transparência!
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