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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

24
Mar11

CÓLICA RENAL FOR DUMMIES

shark

Neste preciso momento estou a tentar evitar a que, a confirmar-se, será a minha décima segunda cólica renal em cerca de 15 anos.

Diz quem já deu à luz e experimentou uma cólica renal que esta última bate a primeira aos pontos em matéria de dor, algo que, naturalmente, não posso confirmar.

Mas acredito que sim, ou dá-me a sensação de que a taxa de natalidade baixaria a pique (a menos que a epidural se tornasse obrigatória...).

 

Este é um tema desagradável para uma posta. Ninguém convive com a dor de forma pacífica, bem como com os sintomas que a prenunciam.

De resto, mais do que partilhar seja com quem for esta minha relativa ansiedade por estarem reunidas todas as condições para o ritual da ida ao CUF Descobertas para levar um shot de anestésico e fazer um tac ou uma ecografia, duas ou três horas de estadia, quero acima de tudo disponibilizar informação para quem, como aconteceu comigo, possa ser um dia apanhado/a de surpresa por um tipo de dor diferente de todas as que já sentiu e apanhe um cagaço sério.

E o pânico em nada ajuda a controlar a situação em causa.

 

As cólicas renais são provocadas por aquilo a que comummente chamamos de pedra nos rins e os médicos preferem apelidar de cálculos ou areias.

Existem vários tipos de cálculos mas, como é normal, procurei informar-me acerca do meu em particular.

E aqui entro na primeira questão muito terra a terra capaz de melindrar as pessoas (com pila) mais susceptíveis: a coisa acaba por sair do corpo e só tem um caminho possível. Quem tem o azar de lhe tocar um calhau dos maiorzitos e mais rígidos pode acrescentar à dor no rim uma outra nada apetecível. Não preciso de entrar em pormenores...

Para descobrirmos de qual se trata para podermos evitá-lo no futuro há que arranjar forma de apanhar o primeiro que calhe em caminho, para posterior análise.

Sim, também aqui deixo a coisa ao livre arbítrio de quem se vir em tais propósitos.

A necessidade aguça o engenho, enfim...

 

O meu tipo de cálculo é dos outros, mais areia do que pedra. É provocado pela reacção dos rins a um componente (oxalato) presente de forma significativa em quatro alimentos comuns: espinafres, amendoins, chá preto e... chocolate.

Está bem de ver porque sou já um veterano destas andanças, viciado como sou na melhor substância comestível da galáxia.

A boa notícia é que uma pessoa, depois de identificar o “inimigo”, pode fazer a sua escolha: cortar em absoluto e nunca mais passar pela provação ou, em alternativa, aceitar o preço a pagar e organizar a vida em função desse camartelo que pode tombar a qualquer hora e em qualquer lugar depois de cometido o abuso.

 

Regressando à partilha da experiência com potenciais interessados/as devo referir os sintomas mais comuns, pelo menos os meus e de algumas pessoas com quem troquei bitaites, começam por um mal-estar ao nível do estômago. Pequenas náuseas que depressa podem degenerar no gregório.

Quase em simultâneo, os intestinos costumam assinalar o evento e é quase certo que a coisa acaba (ou começa) no WC.

Outro indicador óbvio é a coloração da urina, que denuncia a carambola dos cálculos na tubagem de uma pessoa, e isso lembra-me de vos avisar para o facto importante de, apesar de ser imperativo o consumo de água em doses industriais no resto do tempo, nem uma gota é recomendável quando estamos a meio de uma crise destas.

 

Nada de líquidos ingeridos durante a coisa 

 

Só há duas coisas a fazer quando percebemos que vêm aí dores literalmente capazes de nos fazerem rebolar pelo chão: tomar um analgésico qualquer para adiar o tormento (comigo resulta o Nolotil) e apontar rapidamente para um Hospital ou uma Clínica. Não vale a pena tentarem suportar a coisa, digo-vos por experiência própria, pois cedo ou tarde a dor acaba por vencer e quanto mais tarde a combaterem mais intensa ela se torna. Por outro lado, existe a possibilidade de se confrontarem com areias das muito grandes (a partir dos seis, sete milímetros, estamos perante calhaus apreciáveis) e que só podem sair por via cirúrgica (a de laser parece ser a única opção, dado o tamanho da incisão quando se recorre à faca propriamente dita – não negligenciem um seguro de saúde se quiserem salvaguardar o voto nessa matéria...) pelo que não é mesmo nada boa ideia a pessoa armar-se em herói e aguentar a cólica sem sair de casa.

 

E pronto, já têm aqui umas dicas que espero não vos sirvam para nada e ao longo do tempo em que escrevi esta posta a coisa até parece estar mais compostinha na minha micro-canalização interior, pelo que sou capaz de me ter safado com a conjugação do Nolotil e de um duche bem quente.

 

Um último conselho: tenham sempre que possível à mão alguém que vos possa acompanhar nestas coisas.

Conduzir no meio de uma cólica é um desafio nada recomendável e chamar uma ambulância por este motivo vai parecer-vos sempre excessivo, além de que cada minuto à espera do transporte transforma-se em, pelo menos, uma hora na nossa mente alucinada pela dor “pontiaguda” que este pincel acarreta.

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