DEZ ANOS DEPOIS, ENTRE-OS-RIOS AINDA SE CHORA
Azares acontecem. Coisas como catástrofes naturais e assim.
Mas quando cai uma ponte e morrem dezenas de pessoas o azar transforma-se num bode expiatório, numa fatalidade postiça que serve apenas os interesses dos responsáveis pela incúria.
A Hintze Ribeiro não caiu por azar mas sim por falta de responsabilidade de culpados fáceis de apontar e que como consequência não sofreram sequer uma reprimenda digna desse nome. Ficaram impunes, um insulto às famílias dos que perderam a vida. E mais um contributo para o culto da falta de responsabilidade, da tradicional (e prejudicial) bonomia excessiva de um país onde existe o mesmo direito de em qualquer outro de podermos confiar nas estruturas que nos servem e nas instituições (nas pessoas) nomeadas para lhes garantir a integridade.
E a que não garantem acaba por ser a mesma que lhes falta.