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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

30
Jan11

GABIRUS E BABUÍNOS

shark

Enquanto no Egipto o poder chega ao ponto de desligar um satélite para silenciar a Comunicação Social, reconhecendo de forma explícita a ameaça que o Jornalismo livre representa para os poderes com pés de barro, em Portugal assisti num só dia a duas exibições da grosseria com que se tratam os jornalistas sempre que a notícia ou a pergunta não agradam a alguém.

 

Mete dó, a actual condição dos profissionais da Comunicação Social neste país. Para além do camartelo omnipresente dos empregos precários sob o comando de impérios financeiros ainda têm que enfrentar as manifestações de falta de respeito por parte de quem os sinta como um desconforto,

por norma babuínos ou gabirus. E em ambos os exemplos a que assisti estavam presentes estas duas classes de gente avessa à liberdade de expressão na sua vertente mais sincera.

O primeiro caso passou-se a propósito de no Cascaishopping a ASAE ter encerrado o espaço da restauração por decorrerem obras no tecto da estrutura sem qualquer tipo de protecção para os consumidores quanto ao bedum que pode salpicar-lhes a refeição em tais circunstâncias.

Para evitar o acesso às opiniões dos clientes os gabirus responsáveis pelo espaço comercial destacaram um gorila (babuíno dos grandes) para se intrometer entre entrevistador e entrevistados, usando o caparro para impedir os jornalistas de cumprirem a sua função devidamente autorizados e credenciados.

 

Já no outro exemplo de arrogância e falta de respeito o protagonista foi um velho conhecido nestas andanças, o treinador do meu Benfica, que até a Deus deve fazer benzer-se por o homem ter um apelido tão desadequado ao perfil.

Decorria uma Conferência de Imprensa no final do jogo do Benfica com o Aves quando o passarão-mor, incomodado com uma pergunta acerca de um assunto que lhe diz directamente respeito, desatou a refilar com o jornalista que o questionou e de seguida abandonou a sala sem água vai nem água vem.

Neste caso, como é óbvio, o gabiru e o babuíno reuniram-se num só interveniente mas o resultado final foi a exibição pública de desrespeito pelas pessoas e pela função, uma das muitas que se somam e vão criando cada vez mais obstáculos à missão que à Comunicação Social compete desempenhar.

 

Por muitos anos que passem sobre a minha deserção, nunca vou conseguir evitar o nojo perante estes insultos descarados a um dos pilares de qualquer democracia digna desse nome.

O acesso à informação nem deveria precisar do reconhecimento legislativo que o deveria proteger de situações como as que acima refiro mas que chegam a passar pelo roubo do equipamento de gravação (essa ficou-me entalada, sobretudo pela impunidade de que claramente o babuíno de serviço na altura beneficiou) para impedir a divulgação de factos desfavoráveis a quem é por eles responsável, deveria bastar um pingo de inteligência para perceber a necessidade absoluta de salvaguardar o papel do Jornalismo e essa protecção passa pela forma como são tratados os respectivos profissionais.

 

E num Estado que se reclama de Direito e democrático não deveriam ser necessárias mais macacadas para impor se necessário por via penal o respeitinho que é muito bonito pelo dever de uns que garantem um direito de outros e merecem por isso muito maior consideração por parte de um país que parece esquecido de não há muito tempo ter vivido nas catacumbas da mentira e da omissão que uma ditadura, como uma democracia podre, fazem questão de construir.

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