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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

27
Jan11

ATÉ QUE O TECLADO ME DOA

shark

Ao longo dos últimos dias constatei uma ligação directa entre três notícias relevantes e a internet.

Da situação na Tunísia retive a importância atribuída à Blogosfera, a partir da qual muitos cidadãos tomaram consciência do fenómeno colectivo que acabaria por se propagar até atingir as dimensões de uma autêntica revolução.

Naquilo que alguns recusam como estilhaço dos acontecimentos em Tunes, também no Egipto a população, sobretudo com base no Facebook, organizou uma mobilização espontânea e as ruas estão cheias de povo empenhado numa mudança de regime.

E finalmente, a uma escala menor, deparei-me com o caso de uma jovem raptada há décadas que conseguiu através da internet descobrir toda a verdade da sua condição e reunir-se de novo à família de que uma desconhecida a havia privado com menos de dois anos de idade.

 

Estes exemplos, a que se podem somar muitos outros aos quais a internet está ligada de forma indelével (recordo o caso flagrante do Irão), prenderam a minha atenção por estarem tão próximos no tempo e por ser avassaladora a consciência deste privilégio que devemos reconhecer nessa condição, blogar, bem como a responsabilidade inerente ao uso livre de tão poderosas ferramentas de comunicação que, de resto, são entendidas pelos poderes anti-democráticos como uma ameaça temível que tentam a todo o custo silenciar.

 

Será um erro de palmatória não aprendermos com os exemplos acima a respeitar a função que nos compete a partir do momento em que abraçamos estas novas formas de transmissão da liberdade por contágio.

Sejamos claros: se em países como a Tunísia, o Egipto e o Irão(!) foi na internet, nomeadamente na Blogosfera e nas redes sociais, que a revolta popular nasceu, como quase todas as revoluções, a partir do momento em que milhares de cidadãos perceberam que não estavam sós na sua sede de protesto e de mudança, porque havemos nós de questionar o poder da liberdade de expressão que precisamos ver defendida a todo o custo e que constitui afinal a nossa única arma contra qualquer tipo de poder que, sem dividir para reinar, jamais logrará a impunidade de outrora, num tempo em que muitas vezes a verdade era abafada ao ponto de fracassarem movimentos por simples atrasos na comunicação ou equívocos acerca do apoio popular a uma acção revolucionária ou, nos nossos tempo e hemisfério mais pacíficos mas nem por isso menos irrequietos, a mudança imposta com base na força da opinião pública devidamente propagada, sem grilhões ou espartilhos de qualquer espécie?

 

A minha insistência nesta actividade que exige mais de nós do que possa aparentar fundamenta-se cada vez mais nesse respeito de que vos falo acima, nesse carinho acrescido por algo em que invisto tempo e vontade cada vez menos pelos retornos possíveis e cada vez mais pelo orgulho que adivinho nos que sabem hoje que farão parte da História das suas nações, colegas blogueiros que arriscaram a força da palavra contra os canhões inúteis de exércitos feitos por pessoas com família e amigos que lhes retiram a vontade de irem para a rua disparar sobre os seus na defesa de tiranos.

 

Exactamente como acredito que enquanto mantivermos abertas estas janelas virtuais, dificilmente a democracia cairá nas mãos de quem a queira amordaçar.

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