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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

29
Nov10

A POSTA QUE ARRANJO IMENSOS AMIGOS COM ESTE FEITIO

shark

Então vá, vamos lá dissecar a coisa que a mim faz imensa confusão. Sim, sou alérgico à moderação (de comentários nos blogues) e não consigo encaixar o conceito em nenhuma versão aceitável de blogue como os entendo.

 

Ora se a memória não me falha existem as seguintes opções: a) caixa de comentários aberta e sem filtros, aceitando tudo e deixando ficar tudo o que a malta lá põe; b) caixa de comentários aberta e sem filtros automáticos mas com o/a responsável munido/a da tesoura imaginária para eliminar tudo aquilo que lhe pareça desadequado; c) caixa de comentários aberta apenas a determinado grupo de pessoas; d) caixa de comentários moderada, na qual o comentário só aparece publicado depois de passar pelo crivo do censor; e e) nenhuma caixa de comentários, fim de discussão.

Se me escapa alguma, paciência. É sobre estas que o meu esforço mental assentará.

 

Começo pelas opções b) e c) porque sou eu quem manda e mesmo a ordem natural do Universo nunca foi a menina dos olhos das ciências exactas.

Ter uma caixa de comentários aberta implica que tudo quanto comentem aparece, nem que por dois segundos, visível a quem por lá passar. Ou seja, arriscamos a ver do que não gostamos publicado num espaço pelo qual teremos sempre que responder. E aqui entra o caminho em thin ice, pois o critério é subjectivo e aquilo que eu possa considerar inapropriado pode fazer coceguinhas ao dono do blogue do lado.

Ainda assim, por muito que louve a estaleca de quem aceita tudo o que lhe deixam, parece-me razoável que a pessoa que investe de si e que arrisca por si mesma desagradar a alguém ou mesmo a dizer o que não devia possa decidir se assume esse risco por outras pessoas, pois legalmente é sempre o dono do espaço que responde pelas respectivas repercussões.

É essa a minha escolha, boa ou má, porque é a que veste melhor a minha forma de ser e de estar, corto tudo quanto seja insulto, publicidade encapotada ou calúnia sem fundamento nas minhas caixas.

A hipótese c) nada me afronta, excepto no facto de uma pessoa se sentir como o menino que fica de fora da brincadeira e ter que aprender a viver com isso na boa.

 

Na opção a), muito liberal, encontro os perigos inerentes à confiança desmedida na tolerância e no bom senso dos outros. Algo de que nunca seria capaz. Não confio sequer na minha...

 

Depois temos a opção e) – sem caixa – e para mim essa não oferece polémica: blogue sem caixa não é um blogue, é outra coisa qualquer. Um blogue não se compadece da comunicação unilateral e o facto de se disponibilizar um email não atenua essa realidade dos factos. É uma opção que respeito, como me compete, mas que é quase um sinal de proibido parar ou estacionar para a minha deambulação blogueira.

 

E finalmente temos a opção d), a tal que cada pessoa justifica à sua maneira mas acabamos sempre por ir parar à mesma explicação básica: só aparece o que o dono deixa e aí podemos perfeitamente partir do princípio de que só aparece o que lhe agrada de alguma forma ou não afecta qualquer dos seus interesses.

É uma escolha legítima se considerarmos a questão da propriedade e da responsabilidade associada, mas um nadinha cobarde porque poupa a pessoa a ter que mostrar o que vale quando confrontada com melindres ou com verdades (ou pessoas) incómodas (e ninguém tente dar-me lições nesse particular). Ou seja, tresanda a lápis azul e isso é logo susceptível de despoletar uma reacção alérgica a quem entende blogues como manifestações superiores da liberdade de expressão. Se a caixa é moderada, essa liberdade fica confinada ao espaço onde se posta e o resto é uma espécie de Guantanamo virtual onde se enclausuram (ou se riscam do mapa) as palavras proscritas, terroristas, que podem abalar o status quo do autor ou autora.

A moderação elimina em boa medida um direito essencial que é o de resposta, para além de ser um instrumento muito útil a quem queira pintar-se sem arriscar os borrões vindos do exterior.

Claro que cada pessoa cuidará de dourar a sua pílula por forma a ilibar a sua opção de quaisquer suspeitas, de a adornar com as coisas horríveis que alguém comentou no passado, ou uma insistência irritante e anónima por parte de quem não tem (ou não sabe) mais o que fazer.

E ainda mais claro: cada um/a sabe de si e nos blogues manda quem os faz (de borla). Aí pouco mais há a acrescentar, o argumento pode quer e manda.

 

Contudo, a liberdade de opinar tem este condão de abrir de par em par as janelas da crítica (que pode ser tida ou não por construtiva) e só dela usufrui quem a usa.

Depois, claro, quem enfia a carapuça pode aproveitar a caixa aberta dos outros para dizer o que não permitiria que outros dissessem na sua.

Mas se alguém arrisca na porta sem fechadura é porque abdica do poder de filtrar as reacções e opiniões alheias.

A moeda de troca é o direito de postar sem reservas (excepto as que o bom senso recomenda) e com a autoridade moral acrescida para jamais permitir que, pelo menos nesse plano, tentem moderar a sua.

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