À SAUDADE QUE MORREU
Saudade adormecida, verdade que se encontrava perdida no beco das negações.
O mimo das emoções fantasiadas, as palavras que se viram negadas quando se erguia mais alto o silêncio contraditório da voz da razão. Palavras que o coração bombeava mas a boca sempre calava quando acabavam de atingir, como um náufrago afogado à beira-mar, o ponto que julgavam ser o da sua salvação.
Saudade esquecida, mentira que se julgava escondida na travessa das omissões.
A farsa das imitações mal conseguidas, as palavras que se viram traídas quando subia mais alto o tom acusatório no calor da discussão. Palavras renegadas pelo coração mas que a boca sempre gritava quando tentavam agarrar-se, como trapezistas em plena queda no vazio, a algo que as poupasse à inevitabilidade da sua perdição.