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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

13
Mai10

A POSTA QUE SE DÁ A VOLTA POR CIMA

shark

Ao longo da vida aprendemos a lidar com as pequenas e grandes traições de que as pessoas são capazes, mesmo quando nelas depositamos confiança.

Ao fim de algumas perdas irrecuperáveis por via da reacção instintiva que nos pode levar longe demais na indignação percebemos, a idade tem destas vantagens, que uma das formas (se não a melhor) mais compensadoras de enfrentarmos esse tipo de desgostos é precisamente a de adequarmos a reacção aos contornos daquilo que está em causa moldando-a também à medida, no desplante ou na arrogância, de quem nos decepciona.

 

Vingança é um conceito mesquinho e que na maioria dos casos acaba por acarretar sentimentos negativos e perdas desnecessárias. Por isso mesmo, deveríamos sempre abraçar o conceito de retribuição – uma espécie de princípio do utilizador/pagador.

Em termos concretos, a retribuição consiste num usufruto do direito óbvio a procedermos da mesma maneira que outrem sem pesos na consciência, substituindo a indignação que pode provocar rupturas definitivas pela resignação aparente que nos permite acertar as contas e ultrapassar a sensação de perda com a devida compensação, sem constrangimentos e nas proporções adequadas.

 

A retribuição é por natureza uma opção sensata quando não está em causa sentirmo-nos mal por fazermos igual ao que criticamos ou nos faz sentir ingénuos ou lorpas.

Quer isto dizer que até existem retribuições que encaixam como luvas na nossa própria forma de agir e acabam, bem vistas as coisas, por resultarem compensadoras e constituírem janelas de oportunidade para pequenos ou grandes pecados que em circunstâncias normais nos inibiríamos de cometer.

São pretextos, na prática, para nos deixarmos de merdas e cairmos na real, seguindo adiante com um sorriso em vez do sobrolho franzido que acaba por constituir uma vitória para quem se tenha revelado capaz de algo que teoricamente não poderia fazer.

 

A vida é curta e não se compadece de tristezas ou de recalcamentos. Quando o percebemos é chegado precisamente o momento em que aprendemos a dar a volta por cima, a transformar cada derrota circunstancial numa catapulta para vencermos restrições e/ou princípios palermas que nos impomos em função de critérios que se revelam discutíveis de forma estrondosa na constatação do respectivo incumprimento por parte de terceiros/as.

Em vez de deitarmos tudo a perder podemos antes obter a compensação que a tal retribuição torna consentida por inerência.

 

E essa abordagem pode fazer toda a diferença em dados momentos da nossa existência.

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