JÁ IA FAZENDO ASNEIRA...
Há pouco publiquei uma posta que tratei de retirar de imediato do charco. Tratava-se da publicação de um comentário que não cuidei de confirmar na veracidade ou, no caso concreto, na totalidade.
Isto porque o comentário reproduzia parcialmente a nomeação da mãe de Francisco Louçã para assessora parlamentar aos 79 anos mas omitia o pormenor não tão pouco irrelevante de se tratar de um cargo sem qualquer remuneração.
O pormenor, claro está, muda tudo. Inclusivamente a minha forma de entender a dita nomeação e o próprio acto de liberdade de expressão de quem publicou neste dia o dito comentário sem fazer alusão ao tal detalhe que faz a diferença.
E isso conduz-me de imediato a outra questão importante que julgo ser boa de debater neste dia em particular: a dos limites para a liberdade de expressão de que a própria blogosfera não pode abdicar, sob pena de hipotecar a credibilidade que reclame.
Ao publicar a minha posta iria ser negligente e abusar da minha condição blogueira para juntar mais uns pós a uma suspeita provavelmente imerecida no caso em apreço. Iria fazer o oposto do que o usufruto da liberdade deve representar em matéria de respeito pelos outros e por meios de comunicação, sejam quais forem.
Apercebi-me tarde demais da leviandade do meu gesto, fazendo "corrente" de uma informação incompleta das que facilmente dão origem a boatos que emporcalham as pessoas e constituem, de facto, um abuso e uma negligência grosseira.
Não se pode brincar com o poder da informação no mecanismo de decisão das pessoas acerca de coisas tão importantes no nosso quotidiano como o bom funcionamento do sistema democrático que hoje comemoramos.
Embaraça-me o impulso que me levou a publicar antes de confirmar, algo que não posso alegar desconhecer na pele de ex-jornalista ou mesmo na de cidadão que bloga.
E a blogosfera em que acredito e tento defender há quase seis anos não se faz de calúnias ou de armadilhas sonsas como a omissão dos tais pormenores que mudam o sentido das coisas.
Mesmo por interposta pessoa.