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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

21
Abr10

A POSTA NO RENASCIMENTO VISTO À LUPA

shark

 

 

 

Foto: Gaija do Norte

 

 

 

Michelangelo terá levado três anos a concluir a sua eterna estátua de David, esculpida em mármore de Carrara com todo o pormenor. Florença ficou assim definitivamente conotada como berço do Renascimento cultural e turistas do mundo inteiro disputam um lugar na primeira fila dos observadores da famosa escultura. E porquê na primeira fila? - perguntarão as pessoas mais atentas.

 

Bom, começo por referir que quem pretenda enriquecer o seu espólio cognitivo na matéria deve dirigir-se sem demora à Wikipédia.

E volto então à importante questão da primeira fila, embora essa importância se cinja ao cerne desta posta. Claro que a ambicionada proximidade do objecto de culto em causa possui motivações óbvias (“mãe, amigos, vizinhos e colegas de trabalho, estive aqui!”) e outras mais do foro oftalmológico.

 

Ninguém fica indiferente ao rigor anatómico da obra. Mas ninguém fica entusiasmado, sobretudo quando se debruça o olhar sobre a zona dianteira da estátua.

Sim, estou aos poucos a aproximar-me do tal cerne da posta e já há muito ultrapassei o umbigo bíblico em sentido descendente...

É que o heróico David, capaz de derrubar matulões à fisgada, possui na sua representação mais célebre um contraponto a essa relação de grandeza.

Sim, já lá estou.

 

Acontece que quem vê os contornos do rapaz de pedra a partir das costas pode criar determinadas expectativas frustradas quando finalmente contorna o pedestal para a apetecida visão frontal que, para alívio de muitos acompanhantes de pessoas interessadas na coisa, peca um nadinha por escassa.

Ou o Michelangelo deixou escapar sem querer o cinzel mesmo no ponto mais delicado ou o tomba-gigantes é uma estrela anã.

De facto, e por muito boa vontade que se tenha, pouco há a dizer acerca de uma pila que em repouso fica menor do que um polegar do fulano esculpido excepto que é uma alegria saber que estão acessíveis ao público em geral estes termos de comparação tão favorável.

 

É um mistério porque o artista terá optado por um rigor que com toda a propriedade podemos considerar milimétrico, embora se presuma que terá a ver com o pudor herdado da Idade Média que obras como esta ajudaram a enterrar nas trevas.

Contudo, bem vista a coisa, podemos sempre considerar que o grande pintor, escultor, poeta e arquitecto entendeu simbolizar (escolheu o centro das atenções, não é?) que depois dos tempos medonhos, a Europa meio morta estava mesmo precisadinha de uma renascença...

 

 

 

o pila curta de michelangelo

 

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