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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

27
Dez09

MOMENTO REALITY SHOW TVI

shark

E quem queria estar na pele do pai do nigeriano que tentou rebentar um avião com mais de duzentas pessoas a bordo?

Que tormentos terá o homem passado até se decidir a avisar as autoridades acerca do perigo que o seu próprio filho representava?

 

É inconcebível para qualquer pessoa normal, em quaisquer circunstâncias, tomar uma decisão que implica em simultâneo prejudicar um filho (se a denúncia tivesse sido levada a sério, o rapaz teria sido preso ainda antes de se confirmar o sinistro pressuposto) e assumir que somos progenitores de um monstro.

Sim, por muito que os fundamentalistas tentem lavar a imagem dos seus mártires a esmagadora maioria dos seres humanos jamais entenderá como digno ou decente o acto de arrastar inocentes para a morte.

 

Foi esse o dilema com que o pai do terrorista se confrontou, a humanidade que o define enquanto pessoa e o instinto protector de qualquer pai.

Embora a história acabasse com um final feliz, a salvação dos passageiros da aeronave e a captura do cobarde imbecil que acabou com as pernas queimadas pelo seu engenho assassino, para o pai do rapaz a história ainda mal começou.

Terá que encontrar alguma forma de paz interior, um caminho de saída para um flagelo diário que qualquer pessoa consegue, no mínimo, entender na proporção.

 

Ninguém pode, por muito que queira, orgulhar-se dos méritos de um descendente como se de seus se tratassem (e é essa a tendência normal, quando um filho obtém resultados escolares que o conduzem ao ensino superior) e depois alhear-se da exibição de crueldade que o mesmo filho possa protagonizar.

 

É fácil teorizar acerca das motivações de qualquer terrorista, como de qualquer outra aberração capaz de tirar a vida a inocentes. É fácil condenar, é fácil desarmar a bomba da argumentação fanática, pseudo-religiosa dos que não fazem mas mandam fazer.

 

Mas é quase impossível conceber uma alternativa, uma explicação, uma porta de saída para o conflito interior daquele pai cujo filho por pouco não morreu.

E se calhar, mesmo aos olhos do próprio, até foi esse o destino que mereceu.

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