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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

06
Fev06

LÁGRIMAS DE MEL

shark
teclista.JPG
Foto: Mar

Embrulhar-te em palavras lambidas na tua pele, tatuadas com o desejo, gravadas num beijo escrito com a tinta permanente da minha paixão.
Afogar-te em frases bonitas, jorradas no teu corpo como um duche quente, sopa de letras escaldante que pudesses sorver de mim.
Aconchegar-te a alma com um texto imortal, rasgado no papel com a ânsia de fazer justiça à preponderância que assume na minha vida o simples facto de nela existires e de me assumires como teu.

Oferecer-te o meu carinho, suave, mais a energia que emana do reflexo na minha cama da luz do sol em que te tornaste para mim. Iluminas e aqueces, imaginas as minhas preces pelo dom de ser capaz de fazer feliz. Como me sinto no céu onde me recolhes em ti.
Palavras aladas nas emoções arrebatadas, esvoaçam no fundo branco e desenham em tons fortes e garridos uma imagem perfeita, a tua. Recortada contra a lua, inoportuna em pleno dia, num eclipse parcial. A silhueta de um amor recortado em forma de mulher.

Dizer-te por escrito que cada vez mais acredito na viabilidade de uma relação para a eternidade e mesmo depois. Cultivada em cada dia para colher na manhã seguinte o fruto que a semente deixou, o orvalho a secar de uma noite a transpirar a vontade de fazer o amor que se diz. A saudade logo a seguir e o desejo a repetir a sua dança no espaço sideral para onde me envias, sempre que me aceitas amante.
No rasto de uma estrela cadente, de um cometa talvez, consigo ler as palavras que te queria fornecer a um ritmo endiabrado. O discurso inflamado pelo acelerar da pulsação, sempre que pouso esta mão no teu calor. A mesma que passeia nas teclas e as acaricia para estimular a inspiração.
Para te cantar à altura.

Mulher, mãe e amiga. Pessoa repartida por um conjunto de funções, aglomerado de emoções prensadas pela força interior e pelo teor das circunstâncias.
Espremidas, derramam sobre a terra firme que sou algumas gotas e evaporam depois.
Sob a forma de palavras, gaseificadas, nuvens apaixonadas que te escrevo e agora sopro para os braços do vento que as fará chover no teu olhar.

Lágrimas de mel, doces e salgadas, com pitadas de alegria.
Palavras no papel com que foram embrulhadas.

Um papel de fantasia.

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