CAUSA E EFEITO
É estranha a sensação, mas de facto existe uma relação inversamente proporcional entre o nosso empenho e a reacção (qualquer que seja) das outras pessoas.
Ou seja, ficamos muitas vezes com a impressão que quanto mais damos menos motivados os outros se sentem para retribuir.
Claro que não está em causa algum imperativo moral que obrigue seja quem for a dar em troca, mas fica sempre no ar a ideia de que esta (falta de) correspondência pode ter um efeito pernicioso na motivação seja de quem for.
O problema está na percepção com que se fica perante o abrandamento progressivo do interesse dos outros em função da nossa maior capacidade de iniciativa, algo que em última análise influencia a vontade de fazer.
Por outro lado, e quando a essa diminuição dos gestos e sinais positivos por parte de quem os recebe em excesso correspondem outras manifestações de desinteresse crescente, é quase impossível que alguém insista nos exageros que tendem, pelos factos comprovados, a afastar os outros de si.
Cada vez acumulo mais conhecimento acerca do meu semelhante e isso equivale a saber cada vez menos daquilo que o move.