30
Jan06
MAS CERTAMENTE QUE FIM...
shark
Com a neve chegou uma época glaciar ao Weblog.com.pt. Só hoje, dei por três despedidas em blogues desta plataforma portuga.
O primeiro que descobri foi o Janela para o Rio, aparentemente vítima da estatística. Um local moribundo, segundo palavras do autor (um insigne benfiquista como eu). Estava aberta (a janela) desde Junho de 2003 e agora acabou.
Pelo desabafo do colega, subentende-se o desencanto de quem se rala com a dinâmica do blogue (as visitas e/os comentários, talvez). Aceitável e assumido de forma sincera por quem acrescenta sem merdas os laços que o prendem a essa coisa sua que é um blogue.
Porque isto é mesmo coisa nossa. E considerando o investimento de tempo e de concentração (ninguém gosta de fazer má figura), acaba por se tornar quase parte de nós.
Custa assistir à agonia do nosso blogue, como custa (por exemplo) constatar essa realidade numa relação.
E parece haver uma ligação directa entre estes dois exemplos, como a despedida simultânea do meu senhorio e da Ana (na sua dimensão pública) parecem indicar.
O facto de eu estar a referir aqui o fim dos seus blogues em paralelo com o aparente fim da sua relação, talvez apenas uma conclusão precipitada do leitor que sou, evidencia este cariz coscuvilheiro da blogosfera que nos põe a discutir a nossa vida e a dos outros à vista do pagode.
Somos nós, os que blogam, que damos os flancos nesse particular. E eu tenho alguma autoridade moral na matéria, pelo que neste blogue aconteceu em matéria de exposição mediática da minha relação com a Mar, algo a que pusemos cobro neste espaço que agora partilhamos e esteve de alguma forma na origem do fecho do Espelho.
Parece que sentimos algures a necessidade de deixar escapar coisas nossas para essas nossas coisas que são os blogues onde nos comunicamos e nos damos a conhecer. Dito assim, parece normal que deixemos transparecer os nossos problemas, os nossos humores e os nossos amores para a praça pública. E é assim que o Sharkinho que, tal como o Jorge, mal conhece as pessoas em causa se sente legitimado para as debater por esta via, para alimentar o falatório que os nossos desabafos (muitos deles sob a autogestão da nossa ira ou de um enorme desgosto) oferecem de bandeja aos cuscos de ocasião.
A malta que nos lê, uma espécie de vizinhança paredes-meias que encosta o ouvido para ouvir a discussão. E nós, palermas, gritamos as palavras sem qualquer contenção.
Lamento o final dos blogues em causa, porque tinham efectivamente qualidade, como lamento os contornos que a sua face visível permite antever. Por todos os motivos e mais alguns, ainda que não os comentasse (apenas porque tal não se proporcionou). Sobretudo se a esse fim se associa de facto o final de uma relação (muito) amorosa que, perante este desfecho, estaria bastante ligada à componente blogueira.
E se assim é, entristece-me que uma tenha implicado o fim da outra. Entristece-me o fim de qualquer uma delas e pelo menos uma está confirmada com o fecho dos blogues.
Aos colegas blogueiros citados nesta posta envio os votos de que não tarde a renascer o impulso irresistível que nos move nestas andanças e que entretanto as vidas se adaptem na boa ao novo figurino.
O primeiro que descobri foi o Janela para o Rio, aparentemente vítima da estatística. Um local moribundo, segundo palavras do autor (um insigne benfiquista como eu). Estava aberta (a janela) desde Junho de 2003 e agora acabou.
Pelo desabafo do colega, subentende-se o desencanto de quem se rala com a dinâmica do blogue (as visitas e/os comentários, talvez). Aceitável e assumido de forma sincera por quem acrescenta sem merdas os laços que o prendem a essa coisa sua que é um blogue.
Porque isto é mesmo coisa nossa. E considerando o investimento de tempo e de concentração (ninguém gosta de fazer má figura), acaba por se tornar quase parte de nós.
Custa assistir à agonia do nosso blogue, como custa (por exemplo) constatar essa realidade numa relação.
E parece haver uma ligação directa entre estes dois exemplos, como a despedida simultânea do meu senhorio e da Ana (na sua dimensão pública) parecem indicar.
O facto de eu estar a referir aqui o fim dos seus blogues em paralelo com o aparente fim da sua relação, talvez apenas uma conclusão precipitada do leitor que sou, evidencia este cariz coscuvilheiro da blogosfera que nos põe a discutir a nossa vida e a dos outros à vista do pagode.
Somos nós, os que blogam, que damos os flancos nesse particular. E eu tenho alguma autoridade moral na matéria, pelo que neste blogue aconteceu em matéria de exposição mediática da minha relação com a Mar, algo a que pusemos cobro neste espaço que agora partilhamos e esteve de alguma forma na origem do fecho do Espelho.
Parece que sentimos algures a necessidade de deixar escapar coisas nossas para essas nossas coisas que são os blogues onde nos comunicamos e nos damos a conhecer. Dito assim, parece normal que deixemos transparecer os nossos problemas, os nossos humores e os nossos amores para a praça pública. E é assim que o Sharkinho que, tal como o Jorge, mal conhece as pessoas em causa se sente legitimado para as debater por esta via, para alimentar o falatório que os nossos desabafos (muitos deles sob a autogestão da nossa ira ou de um enorme desgosto) oferecem de bandeja aos cuscos de ocasião.
A malta que nos lê, uma espécie de vizinhança paredes-meias que encosta o ouvido para ouvir a discussão. E nós, palermas, gritamos as palavras sem qualquer contenção.
Lamento o final dos blogues em causa, porque tinham efectivamente qualidade, como lamento os contornos que a sua face visível permite antever. Por todos os motivos e mais alguns, ainda que não os comentasse (apenas porque tal não se proporcionou). Sobretudo se a esse fim se associa de facto o final de uma relação (muito) amorosa que, perante este desfecho, estaria bastante ligada à componente blogueira.
E se assim é, entristece-me que uma tenha implicado o fim da outra. Entristece-me o fim de qualquer uma delas e pelo menos uma está confirmada com o fecho dos blogues.
Aos colegas blogueiros citados nesta posta envio os votos de que não tarde a renascer o impulso irresistível que nos move nestas andanças e que entretanto as vidas se adaptem na boa ao novo figurino.