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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

11
Set09

ESTÁ BEM, JÁ HOUVE QUEM TRAÍSSE PRINCÍPIOS POR 30 DINHEIROS...

shark

São dez cêntimos. Apenas dez. A coisa não passa por aí, espero que entendam isso. Mas numa escola de Lisboa, aquela que a minha filha frequenta, não afixam os horários das turmas para poderem cobrar a cada aluno a quantia em causa. E não é, de todo, a quantia que está em causa mas sim o princípio e os moldes em que a coisa é feita.

 

Cobrar dinheiro pelos horários dos alunos, algo que nem sei se será legal mas confirmarei, não é um acto de gestão. Ao não afixarem os horários e obrigarem as pessoas a comprarem uma fotocópia dos mesmos, sem alternativa, trata-se de um acto de extorsão pura. É que estamos a falar de uma escola pública, daquelas que sustentamos com o dinheiro dos impostos, e não de um externato privado que, de resto, não acredito sejam capazes de tamanha desfaçatez.

Os contornos da situação passam de aviltantes a absurdos por deixarem esgotar os horários e obrigarem as pessoas a regressarem mais tarde para desembolsarem os tais dez cêntimos.

 

Neste preciso instante, e depois de ser atendido por alguém da DREL que tudo tentou para me desmentir naquilo que sei porque paguei, acabo de esperar cerca de 15 minutos para falar com alguém que tudo fez para justificar a actuação da escola EB 2,3 das Piscinas (Olivais) e me referiu que bastaria aguardar pela apresentação onde certamente a directora de turma forneceria os elementos em causa e se paguei foi porque quis. E quando lhe disse que tinha decisões a tomar ainda hoje que dependiam do horário da minha filha mudou para um tom paternalista: tem que compreender que as escolas andam sob muita pressão nesta altura e pode ter havido um problema informático, blá blá.

Estamos a falar da afixação do horário que nos vendem a dez cêntimos quando bastaria, sem necessidade de computadores para o efeito pois o horário está a ser vendido há uns dias, afixar uma dessas cópias num placard ou numa porta do estabelecimento de ensino em causa.

 

Ou seja, a DREL, apesar de concordar que os horários devem ser afixados, preferiu defender uma situação insustentável a assumi-la nessa condição. E prometeu contactar a escola para que as coisas sejam feitas como devem ser, algo que me deixa muito tranquilo mas não invalida o pressuposto mercenário: sou um encarregado de educação que acabou de pagar dez cêntimos pelo acesso ao horário da minha educanda do qual necessitava para definir o horário de abertura e fecho do meu escritório.

 

E se isto é tão normal como as minhas interlocutoras deixaram transparecer, fico convicto em definitivo de que este país é mesmo uma república das bananas onde os diversos feudos se protegem entre si e o cidadão comum não tem como se defender dos abusos que lhe queiram impor. Sim, não arrisco uma queixa por escrito porque desconheço do que é capaz gente que põe em prática sem qualquer vergonha um esquema de pequena extorsão como o que relato e dou prioridade aos interesses da minha filha.

 

É que a falta de princípios deixa-me sempre sem saber até onde podem ir os meios.

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