SINAIS DE FUMO
Um abraço de fumo à imagem protagonista de uma ausência que o cigarro aceso não distrai, o olhar preso ao chão, e o cigarro numa mão parece querer dançar no espaço com o ar enquanto se desfaz em cinza.
O enterro prematuro da beata, esmagada no fundo de um cinzeiro pertencente ao pecador que pensava um amor quando tentava afastar de si a ideia que queria abraçar enquanto parecia querer fumar a saudade que o sufocava.
A tosse mental por excesso de nicotina na lembrança que imagina tão nua, vontade de ir para a rua inspirar. Um romance por escrever naquela história a acontecer de uma vitória do coração.
Os restos de salmão fumado no prato entretanto abandonado à sua sorte na mesa de um restaurante situado mesmo à beira do mar.