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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

27
Dez05

OLIVEIRINHA DA SERRA (reposta)

shark
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O meu primeiro contacto com a pornografia, através de uma revista da especialidade obtida por um colega, aos treze anos, foi um momento de grande alegria, quase uma revelação.
Pela primeira vez eu pude constatar a viabilidade de algumas das minhas mais arrojadas fantasias, até essa altura tão líricas como a hipótese de vir a ser capitão da selecção nacional de futebol. Uma coisa é a gente ouvir dizer da boca de putos como nós, ouvirmos falar das piruetas possíveis a três ou da feliz parceria de números tão insuspeitos como o seis ou o nove. Outra coisa era ver como São Tomé e acreditar tanto que a vontade intensa de experimentar as acrobacias até nos fazia doer a alma.

A pornografia representava para mim um manancial de novas técnicas, associado à reprodução mais ou menos realista de alguns conceitos ‘missionários’ tradicionais. Nada me entusiasmavam alguns dos seus tiques clássicos de abertura ou dos rituais excessivos e insistentes no encerramento das actuações. O meu objectivo consistia em reter, do muito e diversificado material hardcore que passei a coleccionar, as práticas realistas que pudessem alargar os meus horizontes no futuro e afastar, da minha vida sexual ainda em fase de estreia, o papão horrendo da monotonia.

De entre as mais escabrosas ou surpreendentes produções que o mundo XXX me facultou retive sempre um manual que lamento ter-se perdido no decorrer de alguma rusga maternal. Datado do início da década de setenta, o livro combinava textos com ilustrações mas só estas últimas podiam considerar-se pornográficas. Era mesmo um manual de competência técnica, um verdadeiro sex for dummies.
Algum Zézé Camarinha cámone com jeito para a escrita e vocação para consultor, do qual nem o título da obra me ficou, deixou-me para sempre na ideia e na lembrança um exercício que, na minha lógica adolescente da época, fazia todo o sentido levar a sério.
De resto, o autor afirmava-se feliz por poder partilhar o seu método com o mundo e fazia-o com tal convicção que, apesar de não me converter a algumas contorções manhosas, convenceu-me a adoptar o treino das azeitonas.

O treino consistia em girar diariamente uma azeitona entre os dentes, com a língua, por cerca de meia hora, sem a descascar ao longo do exercício. Também dava para fazer com uvas, mas só numa fase mais adiantada do programa (devido à maior fragilidade da respectiva casca). E o experimentado (e, nas suas palavras, bem sucedido) atleta de alcova explicava, por a mais b, os proveitos que resultavam dessa pachorra shaolin, a subida em flecha da cotação de um amante rotinado na arte de bem rodar uma azeitona sem lhe danificar a pele.

Hoje já me resta pouca paciência para a pornografia, até porque as melhores e mais adequadas práticas aprendem-se no mundo real. Mesmo as inovações encontram na pornografia alguma resistência, pois os empresários do ramo parecem determinados em manter a receita (ainda hoje) ganhadora. Apesar de não ser um entusiasta do género nesta fase da minha progressão na aprendizagem, gostava que os putos de agora tivessem acesso a qualquer coisa que equivalesse ao meu manual de treino com azeitonas. Porque nem todos conseguem compreender que a pornografia não deve ser levada demasiado a sério e isso, manifestamente, gera desvios comportamentais pouco saudáveis e que o meu mestre ‘azeitoneiro’ jamais recomendaria.

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