PORQUE NO XADREZ PREFIRO SEMPRE SACRIFICAR O BISPO E NUNCA O CAVALO
Sou agnóstico e de pouco ou nada me interessam as questões religiosas. Ou seja, deixo correr. Até porque nada me perturba a fé dos outros, nem mesmo a que se expõe em rituais que me entediam. Cada um/a por si nessa matéria e liberdade de culto o mais possível e tudo bem.
Contudo, como cidadão compete-me denunciar os fundamentalismos que possam tornar determinada Igreja numa potencial ameaça à visão de sociedade que perfilho.
E ao contrário do que tempos recentes me sugeriam, não é do fundamentalismo islâmico que me chegam as maiores surpresas e preocupações mas sim da versão cristã que cada vez mais se transforma num ódio de estimação para mim que até fiz a primeira comunhão e o camandro…
Em causa desta vez, e depois de uma data de disparates impróprios para uma organização que devia manter low profile pelo menos até a malta se esquecer dos escândalos pedófilos que a denunciam perniciosa em muitos aspectos, está o assunto que a minha Chefa abordou aqui.
Porque se quando a Teresa manifestou a indignação que partilho o tema dizia respeito a um bispo idiota, imbecil e besta quadrada, agora o Vaticano meteu o bedelho e com essa atitude arrastou toda a sua estrutura podre para o meio do esterco episcopal da excomunhão que o tal bispo estúpido, cretino e burro decretou a todos menos ao bastardo, canalha e verme do padrasto que violou uma criança.
A excomunhão é uma espécie de “pena capital” dos padrecos que nesta altura tomam conta dos destinos (desmandos?) da Igreja dita Católica, uma espécie de ayatollas de trazer por casa que já deixaram bem clara a sua intenção de seguirem as pisadas dos seus congéneres que conspurcam o Islão com as suas posturas radicais, inenarráveis e inconcebíveis no mundo do Séc. XXI.
Se tivermos em conta que o drama em causa aconteceu num país onde, infelizmente, as pessoas ainda levam estas coisas a sério, o peso deste castigo nada divino pode ser maior do que possamos entender nestas bandas onde ainda temos coisas como Fátima mas não são tantos os papalvos capazes de abdicarem de pensar pelas próprias cabeças.
É que nem requer um esforço titânico de raciocínio, encontrar onde reside o nojo desta posição (agora oficial) da Igreja dita Católica. Sempre que têm que decidir entre o superior interesse dos fiéis e a ditadura dos dogmas, os actuais mandantes desta organização cada vez mais sinistra optam por defender os fins sem olhar a meios.
E isso, mesmo para um crente, deveria constituir motivo de revolta.
Todavia, o rebanho está bem amestrado e o católico praticante comum nunca questiona de forma pública mesmo as maiores barbaridades cuspidas pelos pastores.
A passividade dos que sustentam os vícios e as parvoeiras de bispos acéfalos, desapiedados e broncos, como o tal que excomungou uma criança com nove anos grávida na sequência de um acto hediondo, leva-me a resvalar cada vez mais para uma visão nada simpática da organização em causa.
Mesmo mantendo o respeito e a indiferença para com a fé seja de quem for, jamais perdoarei os braços cruzados perante estes insultos a um Deus misericordioso como o definiram enquanto fui forçado a participar na catequese que, por este andar, não tardará a assemelhar-se, em termos de influência na conduta dos seus pupilos, às piores madrassas.