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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

18
Fev09

A POSTA NA GENTE MELHOR DO QUE EU SOU

shark

Se existe algo nas pessoas que me surpreende pela positiva é a sua capacidade para o perdão. São pessoas generosas, corajosas, as que conseguem fazer prevalecer os sentimentos positivos que nutrem por alguém. Mesmo quando a ofensa, o desleixo ou a pura indiferença lhes revela a diferença entre o seu sentir e o das pessoas que as desiludem avançam para a tentativa de reconciliação.

Não é fácil, nunca é fácil engolir o orgulho. O mesmo acontece com os desgostos que nos dão.

No mundo (social) em que vivemos, aquele que andamos todos a construir (?), a progressiva fragilidade dos laços entre as pessoas acaba por constituir o golpe de misericórdia nas hipóteses de dar a volta às situações desagradáveis.

E por isso se torna refrescante perceber que ainda existem pessoas assim.

 

Há quem as apelide de lorpas, de fracas, de dependentes ou de masoquistas. Chegam mesmo a ser pintadas como gente sem dignidade, sem coluna vertebral, submissas pela dependência de uma emoção ou apenas de uma qualquer ambição ou desejo que incida nas pessoas que as confrontam com verdadeiros insultos, agressões psicológicas (ou físicas até) que só o perdão consegue afastar do caminho futuro de qualquer tipo de ligação submetida a tais enxovalhos.

É injusto olhar assim quem revela a firmeza de carácter necessária para contornar os efeitos negativos com uma atitude conciliatória, com a segunda oportunidade que todos deveríamos merecer.

 

Quem me acompanha sabe que nunca escondi o meu desconforto pela falta de perdão que por norma é aplicada aos meus momentos menos bons. No mundo virtual somo exemplos de como passo de bestial a besta num ápice e nenhuma iniciativa da minha parte consegue lograr mais do que um acrescento de desprezo junto das pessoas de quem tentei reaproximar-me depois de, por minha culpa ou não, se ter verificado um desatino qualquer.

É frustrante, essa constatação porque acaba por me provar que palavras são palavras e emoções sérias só se podem entender nessa perspectiva quando enfrentam algum tipo de provação. É essa a prova dos nove para a solidez e o cariz genuíno dos sentimentos que qualquer um/a pode apregoar.

Isso torna-me particularmente sensível aos gestos de que outras pessoas são capazes, mesmo quando se deparam com factos bem mais complicados do que aqueles que posso invocar como sustento para os desabafos que, de resto, cada vez menos me permito aqui.

 

Dar os flancos é a expressão mais adequada para aplicar a quem ousa insistir em quem magoa e nem se digna pedir desculpa ou mesmo a recorrer a atenuantes (que sempre se conseguem providenciar), mesmo depois de evidenciada a culpa no cartório. É essa a prova de coragem (ou de desespero, nalguns casos) que distingo na força de quem se presta à insistência, por vezes sem olhar sequer aos danos colaterais que podem sobrevir quando quem nos é próximo não partilha da mesma generosidade na opinião.

Quem veste a pele da bonomia arrisca de imediato a crítica feroz dos que vêem as coisas numa óptica unilateral, somada às reacções extremadas que daí possam advir.

 

É mais um preço a pagar por essas pessoas que admiro mas jamais conseguirei imitar, como a vida me tem provado vezes sem conta. 

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