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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

07
Fev09

A POSTA NAS ESCOLHAS IMPOSSÍVEIS DE IGNORAR

shark

São sempre excessivas, as minhas paixões. Talvez por isso, pelas repercussões de alguns exageros cometidos (para o melhor como para o pior) em face das expectativas que criamos ou permitimos criar, acabe por ser sempre eu, que tanto me empenho em preservá-las, o causador do seu fim.

Eu sei que dou o melhor de mim, ainda que entenda que nem sempre isso basta para compensar o lado menos bom que se pode manifestar, paradoxo, a partir dos tais excessos que se cometem sob a bebedeira do amor.
 
A diferença entre as relações que sobrevivem e as que ficam pelo caminho passa muitas vezes pela revelação da existência da mentira, do segredo, da quebra da confiança que uma relação séria deve pressupor. Contudo, passa também pelo seu oposto, pelo impacto da abordagem demasiado sincera mesmo no que respeita aos assuntos menores.
É esse o calcanhar de Aquiles da minha forma de estar no amor. Vou longe demais na necessidade da verdade e exponho-me demais nas fraquezas, ao mesmo tempo que forço as outras pessoas a enfrentarem as suas.
E com isso visto muitas vezes a pele da arrogância, enquanto dispo a quem gosta de mim todas as couraças que possam valer-lhes para se sentirem capazes de corresponder às minhas expectativas.
 
É fácil destruir um amor da forma que enuncio acima, quando queremos emoções intensas, cumplicidade, intimidade e tudo o mais que compõe (ou deveria) uma relação amorosa, quaisquer que sejam os respectivos contornos. Porém, parece existir um ponto a partir do qual não podemos ir mais além. Pelo respeito que o outro nos merece e que implica que não o façamos sentir sob um permanente sufrágio, obrigado a provar-se a cada instante na verdade mais simples do seu sentir.
É esse o erro que me vejo cometer, ainda que tal não me impeça de reincidir na sua ocorrência.
 
Claro que é fácil explicar a mim próprio o porquê de todas essas pressões que acrescento a quem tenha a desdita de embicar para aqui, convicto que estou de que se trata de mecanismos de defesa da solidez de uma relação. Quando é séria não pode ficar refém de questões por responder, do silêncio zangado de quem não quer dar o braço a torcer porque se espalhou numa incongruência qualquer.
O silêncio abre caminho à especulação, tanto quanto o diálogo sincero escancara as portas da discussão inevitável, pelos motivos que acima abordei ou por outros, mais circunstanciais.
 
Mas no final acabo sempre por concluir, e é essa a imagem que tenho de mim nesse particular, que tudo o que aprendi acerca do amor jamais bastará para que a esmagadora das pessoas acredite que valho a pena no balanço do que sou.
 
E por isso, apesar de precisar de me sentir apaixonado para conseguir ser feliz, acabo por ter que fugir de quem por mim se apaixona.
 
Por não me admitir capaz de magoar quem me ame ou goste de mim de alguma forma.

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