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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

23
Jun08

A POSTA SEM VOLTA A DAR

shark

Nem tudo como parece. Faz-se de conta que é assim porque às vezes convém ou apenas porque se tem a certeza de nada haver a fazer para mudar.

Faz-se de conta que sim ou antes pelo contrário, disfarça-se o impossível nas entrelinhas de um sonho ou destapa-se um pouco a máscara para desviar as atenções.
 
Este nosso mundo que não admite ilusões ou mesmo falsas expectativas, implacável na sua ausência de qualquer forma de clemência para com os poetas e os sonhadores, para com todos os perdedores naufragados na tempestade derradeira de uma utopia qualquer.
Seja o desejo por uma mulher inalcançável ou a ambição de uma vida melhor, a visão de uma ideologia acreditada que se veja um dia concretizada.
Ou em troca apenas mais uma desilusão.
 
O silêncio necessário para nos pouparmos à tristeza também, aquela que sempre advém da denúncia dos excessos que se escapam e acabam por torpedear os segredos no fundo guardados cujos estilhaços se expõem à superfície de qualquer olhar menos condescendente para com as fraquezas, imperdoáveis, seja de quem for.
O amordaçar de um amor ou apenas de um apelo carnal que se desenvolve como musgo no arvoredo remoto, na floresta do medo onde a sinceridade se perdeu.
E parece que morreu, às tantas, perdida no meio das palavras por dizer e das coisas por acontecer que se choram tarde demais, esquecida pela sua família de valores entretanto moldados aos sabores em voga na gastronomia das relações.
 
A solidão relativa que se sobrepõe a tudo mais, desconfiança. O sim para sempre adiado ou o não muito despachado quando se esgota o prazo do confortável talvez.
Faz-se de conta que é mesmo melhor assim, a frustração de antecipar o fim antes que algo de diferente ou quase extravagante possa começar.
A cobardia que ocupa o sofá de uma preguiça instalada na falsa sensação de segurança que o alheamento nos dá.
A vida que se escoa por entre os pingos de chuva que driblamos com a mesma perícia com que se foge com o rosto ao sol.
A troca piedosa da mentira por um sofisticado sistema baseado em falsos pressupostos e omissões.
 
Faz-se de conta, nem tudo parece.
 
E às vezes é...
 

 

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