Apanharam-me num dia mesmo bom para dar com esta aberração. Chamem-me velho do Restelo, retrógrado, chamem-me aquilo que quiserem menos pai.
Anal bleaching é uma expressão nova que hoje aprendi, depois de a ver pela primeira vez no blogue da Ângela que a reproduz a partir deste “cadafalso” (que, de resto, conquistou mais um visitante com a sua abordagem a este novo tema).
Em português charquinho, anal bleaching consiste no branqueamento artificial do olho do cu e é o último grito no domínio da estética.
Desculpem ser seco e cru, mas partilhamos o planeta com o Darfur e vira-me do avesso saber que existem seres humanos capazes de investirem a sua preocupação, o seu tempo e o seu dinheiro na aparência de um ânus que, na maioria dos casos, ninguém vê mesmo que até lhe dê algum uso menos convencional.
Ou seja, há quem esteja a apostar neste novo expoente máximo do ridículo boçal e a coisa está a tornar-se num sucesso. E isso, podem vir com as argumentações que quiserem, constitui para mim apenas o mais absurdo dos muitos indicadores da doença de que esta nossa sociedade ocidental padece e que se chama pura e simplesmente estupidificação em massa.
Para além do estapafúrdio próprio da questão, o anal bleaching acarreta perigos que podem conferir aqui e de fonte insuspeita e que, perdoem-me a franqueza, são bem aplicados como castigo para a frivolidade (vi-me grego para substituir o palavrão que me ocorreu) desta gente sem sentido do grotesco.
Sinceramente, nem tenho pachorra para evitar o cliché: não há cu que aguente a proliferação de merdosos neste hemisfério tão vaidoso do seu progresso e tão decadente na sua evolução.