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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

18
Jul05

A PROPÓSITO DE EXCESSOS...

shark
altatensao.jpg

São intensas as relações que nascem na blogosfera. Intensas para o bem e para o mal. Aqui há tempos protagonizei um episódio deplorável relativamente à Rititi e, mesmo confrontado com a sua natural reacção ao que entendeu como um abuso, custou-me a encaixar a ideia. Em causa estava precisamente isso: um abuso de confiança, da confiança que ela não me deu para eu me armar em brejeiro. E eu acabei por perceber e por apresentar publicamente o meu pedido de desculpas.

Acontecem com frequência lapsos neste meio sem entoação no qual as nossas relações se desenvolvem. Parece ser um dos riscos que a comunicação blogueira envolve e, como admito acima, eu próprio já me vi envolvido num episódio dessa natureza. Fiz o que me competia mas ainda hoje me envergonho desse episódio, mesmo não sendo a minha intenção na altura armar-me em espertalhão ou mesmo em abusador.
Aconteceu e tenho visto acontecer noutros blogues com diferentes protagonistas.

Pelo meu exemplo, sou forçado a acreditar que existem outras pessoas apanhadas neste entusiasmo que se cria em face do muito que expomos de nós a terceiros. A falsa noção de proximidade que se ganha com pessoas a quem nem o rosto ou a voz conhecemos é traiçoeira porque irreal. Nada substitui um olhar, um gesto ou o timbre de uma voz. Nada.
Por isso mesmo, uma das lições que espero ter aprendido foi a de nunca pressupor que do outro lado das palavras que envio está um(a) interlocutor(a) convicto das minhas boas intenções e do respeito que lhe pretendo exibir.

Acho perfeitamente normal que assim seja, pois a blogosfera não é nisso tão diferente assim do mundo lá fora. Somos pessoas na mesma e temos que ter a noção dos limites que nos são impostos pelo bom senso e pela nossa formação. Ignorar essa regra implica arriscar em demasia e levar com a porta na cara. Reincidir na ignorância implica acabar com o benefício da dúvida e deixar em aberto a hipótese de sermos palermas o bastante para não entendermos onde esteve o erro na situação anterior, ou, pior ainda, de não sermos inocentes de todo na nossa (falta de) compostura.

É tudo o que está em causa neste tipo de situação. Nada mais. Antes de avançarmos com certo tipo de paródias (que mesmo só a alguns amigos se aceitam) temos que consolidar as nossas relações. Só assim podemos saber até onde vai esse limite de confiança, só a partir desse pressuposto podemos (apenas) prever a reacção dos outros ao que lhes dizemos. Não há nada de anormal nesta presunção.
E não se julgue que pretendo com esta posta crucificar alguém na praça pública. Assumi as minhas culpas no cartório, mais acima, e isso deixa-me sem legitimidade para mandar chás.
Contudo, é óbvio que os episódios desagradáveis devem servir, no mínimo, para evitar a sua repetição no futuro. E é esse alerta que pretendo deixar a todos quantos como eu entrem nisto da blogosfera sem o devido cuidado com a medição das distâncias.
A nossa “intimidade” blogueira não invalida de forma alguma as mesmas reservas com que nos confrontamos num local de trabalho ou numa mesa de café, antes as enfatiza. Porque quem nem vê caras...

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