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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

21
Fev07

A POSTA NO FLORIBUSTO

shark
Ao longo da minha vida, por mero acaso ou por imperativo profissional, contactei diversas pessoas com o estatuto de figura pública. Nunca as invejei, pois em qualquer dos casos não me pareceu que gostassem particularmente da devassa das suas vidas privadas que, de resto, começava no simples gesto de tomar um café algures sem deixarem de atrair a atenção e até a insistência incómoda dos mirones de circunstância.

A figura pública, como o nome indica, é do povo. E o povo sente-se no direito de usufruir de algo que considera seu. Olha, olha, é aquele gajo da RTP, o… o…
Até pode nem ser “o”, mas aparece na televisão e é como se fosse da família.
Por isso mesmo, nem todas as figuras públicas possuem o traquejo necessário para lidar com este fenómeno de apropriação popular.
E das várias que conheci ou entrevistei pude concluir que esse traquejo anda de braço dado com a origem e o mérito da pessoa em causa. Eu explico melhor.

É fácil distinguir um milionário de quinta geração de um pato-bravo da construção civil vindo do nada. Este último enquadra-se, pela ostentação com que exibe o poder financeiro recém-adquirido a pulso num esforço para colmatar as lacunas ao nível da formação académica e/ou pessoal, naquilo a que chamamos um novo-rico.
Da mesma forma, entre as figuras públicas existe uma distinção. Há os que vestem a pele por obrigação, por inerência da projecção mediática que obtiveram por este ou aquele dom ou função, e há os deslumbrados que fazem questão de ostentar os tiques naturais daquilo que são afinal: meras vedetas de circunstância, regra geral do tipo efémero.

É a diferença entre um Fernando Dacosta, um Ricardo Carriço ou um Rui Águas, três das figuras públicas com quem privei por mais ou menos tempo, e uma tal de Luciana Abreu (que apesar do nível de popularidade actual nunca descolará da personagem que a celebrizou e dificilmente prosseguirá uma carreira em plano de ascensão).
E esta conclusão que retiro nem depende por inteiro da avaliação subjectiva da capacidade ou do talento da fulana, mas sim da atitude pimba do seu comportamento fora de palco e que denuncia o desconforto da vedeta na pele que vestiu por uma conjugação de factores que nada tem a ver com a do trio que citei acima.

Na Segunda-Feira à tarde, na estação de serviço de Aveiras, sentido Sul-Norte, diversas pessoas tiveram oportunidade de contactar de perto com a vedetazinha e com a sua pose arrogante de quem não respeita os papalvos que lhe enchem a conta bancária.
Ninguém se meteu com ela nem para pedir autógrafos. No entanto, foi visível e audível o desprezo com que tratou as funcionárias do bar que a atenderam, essa gente inferior que não saiu como a gaiata Floribruta do anonimato por um milagre daqueles difíceis de explicar.
Gente vulgar, como ela, mas mais educada, como se viu.

E é nesta pala de superior à força que se distinguem os que justificam o estatuto alcançado, ou pelo menos o sabem merecer, e os que cospem na taluda porque se sabem incapazes de a preservar no futuro e adivinham o inevitável declínio dos meteoros sem estofo nem classe para permanecerem no firmamento das estrelas a sério.

Por isso deixo aqui a minha aposta. Esta floribella/cinderela de segunda vai perder o sapatinho de cristal mal comece a perder o fulgor nas audiências e nenhum príncipe encantado procurará a respectiva dona.

E o coche, como a sua cabecinha oca, voltará sem apelo à sua condição de simples abóbora.

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