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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

19
Mai14

A posta que lá em baixo está o tiroliroló

shark

O falhanço tem uma característica que lhe é indissociável: só acontece a quem tenta, seja o que for.

Já o fracasso, muito confundido com o outro conceito acima, pode cobrir os rostos da maioria dos que manifestam disponibilidade para apreciarem ou mesmo criticarem quem falha. Mas tenta. Isto porque só os fracassados reúnem o tempo e a motivação, na ausência de outras, para se dedicarem à avaliação do desempenho de outrem, quantas vezes por não ser possível avaliarem o seu, inexistente.

 

Por outro lado, a avaliação de terceiros peca sempre pela grosseira subjectividade implícita no patamar (pedestal?) no qual se coloca quem debita bitaites sem saber do que se trata. Quem nada faz não consegue avaliar quem faz alguma coisa, é uma lógica inevitável.

A maior debilidade do observador, fracassado, consiste precisamente na correcta avaliação da sua própria posição numa escala imaginária (normalmente substituída pelo rigor de quem topa o fracasso à légua e chama os bois ou as vacas pelos nomes). Uma vez errado o ponto de partida, a observação e subsequentes comentários desviam-se do alvo e, regra geral, acabam num ponto de chegada que são os próprios pés.

É o drama permanente da pessoa fracassada, quase sempre apanhada pela incoerência na argumentação, pelas partidas que nos prega a imaginação quando a inteligência falha nas contas. De si mesma, também.

 

O falhanço beneficia, por tudo o que acima afirmo, de uma maior compreensão por parte dos outros. A pessoa falhou mas (e porque) tentou. Outras nunca falham porque passam os dias entretidas a explorar os efeitos terapêuticos das falhas dos outros na camuflagem das suas eternas falsas partidas para um topo que vêem à distância, ao nível rasteiro de quem não arrisca falhar porque não tenta. Por ser cobarde, por ser medíocre ou apenas por ser incapaz.

O fracasso deve-se quase sempre à inércia ou à ilusão (a mania das grandezas é um clássico) que a legitima. A pessoa que se sonha no cume da montanha deixa sempre a escalada morta à nascença no sopé. Por isso mesmo quem falha volta a tentar e quem fracassa limita-se a observar o esforço alheio, numa busca doentia de vitórias nas derrotas de alguém para lhe somar pontos negativos e, alegadamente, deixar essa pessoa abaixo do zero absoluto que qualquer medíocre representa.

 

Ainda dava para esticar mais um nadinha a corda ou atar um tudo nada o nó. Mas no fundo isto está tudo ligado.

09
Mai14

A posta que há sempre alguém a quem serve a carapuça

shark

Sempre julguei ser coisa dos livros e dos filmes, isso de uma pessoa conseguir levar-nos à náusea. Pensava que era ficção, que se tratava de uma imagem para simbolizar um misto de desprezo e de repugnância, naquela etapa mesmo a resvalar para o ódio que algumas pessoas tanto fazem por merecer.

Aprendi entretanto que o sistema digestivo consegue ser muito solidário com as emoções, sempre que estas descem ao esgoto e reagem mal à pestilência que pode resultar da acumulação de dados acerca de determinado perfil, da confirmação de que é possível a algumas pessoas a respiração mesmo com esterco a cobri-las até à cobertura, cabelo e assim, do espaço vazio onde deveria existir vida inteligente.

 

Até acabei por vomitar.

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