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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

02
Set11

A POSTA QUE MERECIAS TAUTAU NESSE RABINHO MIMADO

shark

Desconheço o problema que está na origem da atitude pois essa é absolutamente injustificável e nenhuma razão lhe servirá de atenuante. Concentro antes a minha atenção nessa reacção estapafúrdia do menino com falinha mansa que decidiu armar-se em virgem ofendida e virou as costas à sua obrigação moral.

 

Ricardo Carvalho ganhou um lugar na história do futebol em Portugal ao protagonizar uma situação que em termos de impacto negativo equivale à celebre cena de pancadaria entre Ricardo Sá Pinto e o então seleccionador nacional Artur Jorge.

Contudo, essa equivalência limita-se ao cariz vergonhoso de ambos os casos. Chamados a uma responsabilidade que, embora exacerbada como este tipo de episódio confirma, tem um peso enorme à escala mundial os rapazolas idolatrados por milhões de pessoas não se acham, pelos vistos, obrigados sequer a prestar o serviço que lhes rendem outros milhões e uma vida de lordes num mundo em aflição.

E esse serviço, sobretudo quando se aceita a braçadeira de capitão, não consiste apenas em jogar à bola e nem sempre à altura das expectativas. Implica igualmente o respeito pela camisola que outros vestiram e muitos mais vestirão, pelo simbolismo que reclama uma dignidade que estes fedelhos birrentos parecem não conhecer.

 

O desertor em causa, e nisso subscrevo por inteiro Paulo Bento, tornou-se num péssimo exemplo a seguir pelas muitas pessoas, miúdos também, que os têm por referência, pior ainda do que o deixado por Sá Pinto com a sua argumentação neandertal.

A violência estúpida implícita no mau momento do Ricardo bruto vai sempre parecer menos mal um nadinha do que a deserção irresponsável do Ricardo cobardolas.

02
Set11

POUCA TERRA

shark

Pouca terra sobre uma terra imensa com um horizonte sem fim, debruada pelo alinhamento monótono das traves nos carris, cosida a sangue frio pelas máquinas que preparam os caminhos que o ferro irá seguir.

Pouca terra naquela que se torna terra de ninguém, desertificada, abandonada pelos que ali viveram um dia sem a incómoda companhia do monstro que lhes assustava os animais e trucidava costumes ancestrais com o advento de uma modernidade que não conseguiam entender.

Pouca terra sobre uma terra condenada a perder a face, desfigurada por aquela linha recta na sua pele deserta que era apenas o princípio de uma explosão, demográfica, noutros pontos de passagem desta triste carruagem metálica cuja janela funciona como uma tela na qual o tempo artista oferece os seus dotes de pintor.

Pouca terra a caminho da terra queimada pelo sol do progresso onde ninguém aguarda o regresso a uma estação distraída que deixou passar o verão, entretida com os sinais da chegada do outono nas suas telhas arrastadas como folhas pelo vento, deslocação do ar, daquele comboio cinzento a passar, cheio de pressa para chegar ao destino traçado na muita terra que treme à sua passagem, mais um percurso, mais uma viagem, rumo ao inverno futuro pintado no inferno presente de um céu muito escuro num horizonte bem real, pouca terra até à terra anoitecida com o prenúncio de um temporal.

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