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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

30
Jul11

ROSTO ABAIXO

shark

A emoção escapou da alma sob a forma de uma lágrima que traçou rosto abaixo o percurso para a enxurrada das restantes foragidas que aguardavam a sua hora de fugir.

A nascente começou a libertá-las aos poucos mas não tardou a perder o controlo ao caudal, qualquer barragem seria ultrapassada pela força da corrente poderosa daquela torrente chorosa que corria, rosto abaixo, para longe de onde não queriam estar porque não faziam falta alguma.

Todas seguidas, unidas pelos grilhões das pretensas emoções que as produziam afinal. Rosto abaixo, dali para fora. Era tempo de partir, de ir embora, para nivelar a pressão que atormentava o presídio onde cada lágrima aguardava a sua vez para fugir ao frio e mergulhar no vazio que lhes parecia mais aliciante do que uma alma emocionada de forma artificial, apenas mais um embuste emocional que aquele rosto com pele de crocodilo acabou por absorver, canalizando esse depósito para futuras utilizações.

30
Jul11

A POSTA NO DIREITO DO CONSUMO

shark

Só se perde o norte à importância do que fazemos na Blogosfera e ao que pode representar quando deixamos de reparar na crescente perda de relevância da Comunicação Social, em boa medida pela manifesta perda de independência que acontece lá fora como aqui (há exemplos de colagem tanto ao poder político como ao financeiro) mas também pelo critério de selecção vigente em matéria de temas a abordar, tanto no assunto escolhido como na perspectiva, normalmente preguiçosa, como o abordam.

 

Existe uma faceta lúdica nisto de blogar e eu nunca a reneguei. Porém, não consigo ficar alheio ao quanto podemos, se assim o quisermos, aproveitar este estatuto freelancer para tentarmos corrigir alguns desvios dos que acima destaco.

Isto não implica que a Blogosfera possa ou deva assumir um papel que compete aos jornalistas enquanto não destruírem a sua credibilidade de vez. Mas acaba por equivaler na sua essência à necessidade do surgimento de movimentos sérios de cidadãos no sistema democrático para compensarem o progressivo distanciamento entre os Partidos e a população.

Está em causa a existência de alternativas que a Democracia permite e a cada cidadão compete abraçar.

Esta, por ora, é a minha.

E nesse sentido vou debruçar-me ao longo da próxima semana sobre um assunto que me parece um viveiro de histórias mal contadas pela Comunicação Social, o que encaixa na perda de independência que refiro acima pois envolve os interesses directos do poder financeiro, nomeadamente as empresas a quem (e só a essas) o Direito do Consumidor, e é esse o meu alvo nos próximos dias, intimida.

Para o efeito irei basear-me no trabalho da única associação que considero legítima representante dos interesses dos consumidores e cuja falta de projecção me parece um péssimo sinal em termos do que está em causa nesta área tão delicada, a Associação Portuguesa de Direito do Consumo, e conto postar, para além das abordagens que me ocorram, uma entrevista ao Prof. Dr. Mário Frota.

 

Conto com o vosso interesse nesta minha incursão por um tema que a todos respeita e espero conseguir oferecer-vos um trabalho à altura das nossas expectativas.

26
Jul11

ONDE PARAM OS MILHÕES???

shark

Tenho conhecimento pessoal, não ouvi dizer, de um caso concreto que me suscita enorme apreensão acerca da verdadeira condição da banca em Portugal, nomeadamente o Millenium BCP.

Em causa está uma bagatela, um crédito à habitação no valor de cerca de 20 por cento do imóvel que garante a operação financeira, pedido por alguém sem incidentes bancários e com fiadores de solidez comprovada.

Depois de dados todos os passos necessários, avaliação, recolha de documentos, já passaram 30 dias. Um mês, sem qualquer resposta. Nem mesmo uma desculpa forjada, tamanha é a evidência de que pouco há a explicar.

Nenhum banco demora um mês a recolher informação acerca de alguém e ainda menos leva esse tempo a avaliar a capacidade de endividamento, a dimensão do risco em causa num empréstimo cujas características levaria à aprovação e à marcação da escritura em pouco mais de 48 horas. E sei do que estou a falar.

 

Que hipóteses restam para o banco em causa nem sequer comunicar a decisão relativa à aprovação depois de passadas quatro semanas sobre a abertura do processo?

O raciocínio requerido não é muito para se concluir que só a falta de liquidez, e tendo em conta o valor em causa estamos perante uma falta de pilim mesmo muito assustadora, pode estar nos bastidores do embaraço de quem aceitou o negócio em causa e agora se vê a braços com uma situação cujas respostas concretas não poderá fornecer sem comprometer seriamente (ainda mais) a imagem de um banco cujas acções valem metade de uma bica.

 

Repito, para que percebam bem o que está em causa: um negócio dos que sempre estiveram no topo das prioridades comerciais de qualquer banco nos últimos anos, com margem de risco quase nula e envolvendo uma verba insuficiente para comprar um T1 na Brandoa está pendente de resposta há um mês inteiro.

 

E não ouvi dizer. A verdade é mesmo esta, escarrapachada onde mais nos dói.

25
Jul11

A POSTA QUE O NORUEGUÊS É CHANFRADO E BASTA

shark

Mais um chanfrado, sozinho ou acompanhado, entendeu aplicar a inteligência num plano brilhante para defender a Europa não se sabe muito bem do quê. Matou dezenas, convicto de que servia uma causa que parece ser só sua, cada maluco sua panca, armado em paladino, em templário distorcido ao ponto de matar cristãos para proteger os restantes dos mouros ou de outro papão não ariano que lhe tenha andado a suprimir (ou pelo menos adulterar) neurónios.

 

Bom, uma pessoa nem sabe por onde começar perante um cenário assim.

Começo talvez por lamentar que a sociedade esteja tão insana que já não consegue topar os mesmo muito malucos de entre os moderada a declaradamente doidinhos que se cruzam connosco nas ruas, talvez com a mesma pintinha de anjinho deste trintão louro de olhos verdes que decidiu libertar o caos interior.

Da sua caixa de pandora brotou um esquema simples, porque não seria preciso mais num país tão pacato que nem os polícias andam armados no giro, mas eficaz no único objectivo deste tipo de psicopata: chamar para si os holofotes da ribalta.

 

Embora o conceito de fundamentalista cristão me pareça justo para equilibrar a parada (gostava de saber quantos já apontavam o dedo e olhavam com desconfiança os suspeitos adoradores de Alá ainda o norueguês marado andava aos tiros sobre os miúdos), não consegui até agora vislumbrar o fanatismo religioso por detrás da armadura virtual deste dom quixote hardcore.

Da mesma forma não me parece que a sua ideologia de direita possa ter influenciado de forma determinante a evolução do plano deste assassino em série, excepto talvez em ter escolhido a juventude trabalhista para o executar e um Governo da mesma cor para atacar.

Fosse de esquerda, desequilibrado como se revelou nos actos e na respectiva preparação, e teria encontrado outros pretextos e talvez outras vítimas para levar a cabo a sua cruzada indigna.

 

Mas o que me irrita mesmo é a colagem ao apelo nacionalista, uma estupidez tão flagrante quanto o terrorista ter atacado o poder político do seu país tão louro e jovens compatriotas seus. Nenhuma abordagem ao nacionalismo pode de forma coerente fazer a apologia da chacina dos nossos conterrâneos.

Defender a Nação implica tanto a bandeira, como o território, como o respectivo povo. Nenhum nacionalista sério poderá advogar o contrário e por isso o crápula tanto podia ter pegado pelo estandarte nacionalista como pelo da corporação de bombeiros local.

 

Onde quero eu chegar? Não vale a pena tentarem rotular o bandido disto ou daquilo. Um assassino maluco, ou pelo menos avariado o bastante para se sentir à vontade para fazer o que aquele fez, não precisa de ideologias, de causas. Basta-lhe o apelo interior para a sensação de prazer que um poder tão... divino proporciona a estas ameaças latentes, dormentes, que de vez em quando se notabilizam pelos seus feitos aterradores.

A criatura é uma verruga, uma aberração das que desde o início dos tempos foram aparecendo para nos tentarem vergar pelo terror que será sempre um instrumento de poder ao alcance de qualquer incapaz com ambições mal medidas ou interpretações corrompidas de ideais que lhes ornamentam as intenções.

 

Conotá-los com causas ou com ideologias não passa de uma glória que os seus actos infames não podem de forma alguma sustentar, esses cobardes oportunistas sem lei nem escrúpulos que agem movidos por uma natureza macabra e uma frieza cruel.

É disso que se trata. O resto é folclore, munição para futuros macaquinhos de imitação tresloucados com o mesmo instinto facínora mas sem uma orientação das que estas colagens fornecem mesmo antes que aqueles que as promovem percebam sequer de raspão o que motivou de facto aquilo que as suas conclusões precipitadas fingem explicar.

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