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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

31
Mar11

QUEM QUER SER MILIONÁRIO/A? É AGORA, MALTA!

shark

Finalmente está a chegar a crise a sério, com os cámónes invejosos das agências de rating a cortarem no que podem (sim, isto tá tudo ligado), despeitados, e os políticos portugueses demasiado distraídos com o apuramento de culpas e de responsabilidades para acordarem a tempo de evitar o pior.

O pior? Isso pensam eles, os pessimistas.

 

Perguntem a qualquer excêntrico que nunca tenha precisado de apostar no Euromilhões para garantir o estatuto se a sua fortuna nasceu no meio de um clima de prosperidade.

Dizem-vos de imediato que não, que se fartaram de penar em pequeninos, uma crise do caneco, mas acabaram por subir a pulso e hoje olham para a crise com enorme indiferença porque só lhes toca de raspão em meia dúzia de investimentos na Pampilhosa ou nas Berlengas cujas perdas recuperam pelo retorno das Ilhas Caimão.

 

É verdade, a crise, esse papão que deixa petrificada a maioria de nós perante o susto de um saldo de conta insuficiente para a prestação do carro e logo a seguir a da casa, para não falar dos que nem têm onde ir buscar o suficiente para a conta da mercearia, constitui um mar, um tsunami de oportunidades para os/as mais atentos/as.

No fundo, é só assumir uma postura de contra-ciclo, remando contra a maré que arrasta em sentido oposto os destroços dos náufragos que basta a pessoa ir recolhendo a custo reduzido, quase de borla, para depois atacar a retoma com as mais-valias dessas compras em saldo.

 

Claro que nesta altura dirão: “e com que instrumento (dinheiro) vamos nós recolher esses dividendos potenciais da desgraça dos outros hoje que nos irá enriquecer amanhã?”.

Ora, isso é uma argumentação pela negativa (pela interrogativa, vá…) daquelas que o nosso actual Governo tem desmentido com veemência e ninguém acredita.

Está tudo sob controlo, não há nadinha, e se acabarem por nos baixar a cotação até ao nível do lixo é só arregaçarmos as mangas e decidirmos se optamos pela co-incineração ou pela reciclagem da coisa e mostrarmos aos lá de fora que nos andam a dar cabo do canastro com quantos paus se faz uma canoa!

 

Perguntarão vocês nesta altura: “uma canoa? Mas isso não implica o risco de naufrágio de que falávamos mais acima, acabando por nos tornarmos nos destroços que outros recolherão?”

E lá estão vocês a pensarem o pior. Nós vivemos num país de vanguarda, a caminho da auto-suficiência energética, com o melhor treinador do mundo, o melhor futebolista do mundo, o melhor arquitecto do mundo e até podíamos ter o melhor engenheiro do mundo se uns malandros não tivessem levantado suspeitas que nos fez ver mais esse título por um canudo. E só em unidades do Magalhães para guisar temos o suficiente para ninguém passar fome (convém acompanhar com umas batatinhas ou assim) durante uns meses!

 

Pensamento positivo, malta! Já cá andamos há oito séculos a sacar o guito aos outros para o esturricarmos depois numa orgia consumista, onde é que está a novidade?

Ainda vamos agradecer um dia à oposição esta crise política que nos empurra para o fundo e obriga os outros a intervirem com o seu pilim que o tio Sócrates, esperto o gajo, desdenha para eles quererem comprar. Depois é só arranjarmos maneira de os endrominarmos, fazendo como com o dinheiro da CEE, dando-lhe sumiço em bens de primeira necessidade como carros de luxo e assim, e a vida continua!

Claro que no meio disto tudo vai haver uns quantos chorões a carpirem os empregos que perderam ou as reformas que encolheram.

Mas é aí que entram os gajos que aproveitam para despacharem à grande o stock de lenços em armazém…

29
Mar11

A POSTA AGRADECIDA

shark

Tempos atrás, quando foi divulgado o estudo rigoroso que concluía serem as mulheres portuguesas as europeias mais satisfeitas do ponto de vista sexual, assisti a um festival de cepticismo a que nem os meus homólogos conseguiram escapar.

Era mentira, era exagero, era engano. Era tudo o que pudesse desmentir tal pressuposto, embora baste circular pelas ruas de uma Lisboa e de uma Bruxelas, por exemplo, para dar de caras com o desnível no número de expressões típicas de mal fodidas.

 

Se um inquérito não é documento, um mapa também não será. E o tamanho é generosamente descredibilizado pela maioria nessa condição.

No entanto, somam-se os indicadores da supremacia lusitana em matéria de qualidade dos seus machos e agora começam a surgir também no que concerne à quantidade, conduzindo à evidência que arrasta multidões de gajas com bronze-lagosta e sotaque nórdico às delícias da época balnear portuga.

 

Os homens portugueses são mesmo os melhores e isso não oferece discussão. Mas por onde passa, para lá do desempenho do equipamento e do calibre da instrumentação, essa primazia sobre os pilas de todo o planeta?

Nisso abraço um raciocínio darwiniano e, em rigorosa excepção, até abdico em boa medida da minha prezada meritocracia:

Como qualquer ser vivo na Terra, os homens evoluem em função da combinação genética bem sucedida (uns centímetros de vantagem competitiva mais um cérebro a condizer) mas dependem sobremaneira dos estímulos exteriores, do meio ambiente que os rodeia.

E aí entram elas, as melhores da galáxia e isso nem requer estudos ou inquéritos para confirmação, as portuguesas cuja superioridade sobre as restantes fêmeas da espécie é tão arrasadora que desde pequeninos os portugueses buscam a perfeição para poderem corresponder às expectativas das suas parceiras e, it's a jungle out there, não darem abébias à concorrência além-fronteiras.

 

Portugal, de entre todas as nações descendentes dos símios, tem mulheres que herdaram o suprassumo das suas antepassadas primatas e tornaram-se nas melhores macaconas ainda antes do surgimento do Neandertal. Talvez até ainda antes de nascer o Manoel de Oliveira.

 

E eu, patriota devoto e apreciador inveterado, agradeço ao destino com humildade e alegria a sorte de ter nascido no país certo e de poder assim usufruir das melhores referências para me guindar a uma fama e a um proveito que cerro nos punhos de forma egoísta mas sempre tentarei contrapor como um mãos largas na partilha com elas desses dons que, em última análise, me concederam.

 

__ // __ 

 

 

BIBLIOGRAFIA

 

NIÑA, Paco - La Evolución del macacon - ed. Pilon, 1969

PACOVA, Yurina - Go West - ed. Tovarich, 1989

HOLMES, John - My portuguese greatgrandfathers - ed. Gina, 1974

LOVELACE, Linda - Anything but a portuguese one! - ed. Penis Match Point, 1975

CAMARINHA, Zezé - Guia Michelin das Melhores Quecas - Ed. Mabor, 1980

SAIKARO, Hiroku - Não são assim tão pequenos, as japonesas são umas gueixinhas - Ed. Sayonara, 1998



29
Mar11

STANDARD & (VERY) POORS

shark

Por muito que chutem para canto, os responsáveis pela crise política que toda a gente achou inevitável ficarão na História de Portugal como os asnos incapazes de entenderem as regras do jogo financeiro e que, como se comprova, mergulharam o país numa espiral decadente da qual levará anos a sair.

Claro que não há inocentes neste processo de entrega de toda uma Pátria aos poderosos oportunistas que brincam com os destinos de países aproveitando-lhes debilidades que (saberemos um dia?) se calhar até ajudam a criar. Nem boa parte da população, a que culpa os Governos pelas crises que ajudam a provocar com as suas baixas fraudulentas, os seus carimbos dos amigalhaços nos papéis dos Centros de Emprego, as suas cunhas para familiares e amigos medíocres, a economia paralela e a própria ausência de participação activa nos mecanismos da Democracia, pode sacudir a água do capote.

De entre essas fraquezas que servem como pretextos para as agências de rating está, ninguém pode negar e até o PSD invocou esse perigo quando precisou de justificar a aprovação de várias medidas de austeridade do Governo que ajudou a derrubar, precisamente a instabilidade política com todas as incógnitas que esta suscita.

 

E por isso mesmo, numa simples análise de causa/efeito, podemos ficar na dúvida se a estratégia do Executivo de Sócrates nos livraria desta condição de quase lixo nas tabelas.

Mas com toda a certeza saberemos quais os verdadeiros autores da proeza par(a)lamentar que nos afundou.

28
Mar11

IMPERDOÁVEL

shark

Muitos dos antepassados dos que agora fomentam a tradição machista e de uma barbaridade insuportável foram vítimas da escravatura que o tempo, para bem dos seus herdeiros, erradicou por ser flagrantemente universal o repúdio que causa.

 

Nenhuma tradição selvática, quaisquer que sejam os seus fundamentos, pode sobreviver ao julgamento do tempo e das novas perspectivas que ocupam os espaços negros que a Humanidade criou em matéria de direitos humanos sem olhar a raças, credos ou géneros.

A mutilação genital feminina, que de acordo com uma reportagem da TVI acontece em Portugal, entra no top ten das barbáries antigas que nenhuma ideologia ou argumentação me farão algum dia respeitar.

 

É atroz, é inexplicável, é demolidor de qualquer tolerância que queiramos congregar em torno de (mais) um crime medieval praticado nos nossos dias sob as mais imbecis explicações. Porque não existe explicação alguma para um comportamento tão descaradamente obsceno nos seus contornos.

Não há complacência, não existe compreensão, não se admite brandura perante o que podem chamar cultura mas não passa de algo tão hediondo como qualquer forma de tortura imposta a alguém.

 

O meu poder de encaixe não basta para aceitar a mera hipótese de uma coisa destas poder acontecer no meu país, embora uma violência tão cobarde não tenha fronteiras.

 

E nada no código penal português abaixo da pena máxima deveria punir, sem clemência ou atenuantes, uma atrocidade assim.

27
Mar11

A POSTA QUE MAIS VALE PARECÊ-LO

shark

O prof Marcelo acaba de afirmar, com imensa convicção, que José Sócrates não constitui um problema enquanto pessoa mas enquanto estilo.

Ou seja, não está em causa o que é ou do que se mostra capaz (o conteúdo) mas a forma como faz as coisas.

Como exemplo cita o comportamento do Primeiro-Ministro durante a votação do PEC4, desprovido da humildade democrática que o célebre comentador televisivo e antigo líder laranja considera indispensável numa governação sem maioria.

Quer isto dizer que José Sócrates não seria um problema se soubesse bater a bola baixinha, falinhas mansas e paninhos quentes, para que os restantes partidos e seus figurões pudessem assumir o típico paternalismo portuga e não tivessem que se sentir, em simultâneo, desprovidos de poder e reduzidos à insignificância por comparação.

 

A política baralha-me, sobretudo a comentada por estes pseudo-dissidentes dos principais partidos em cena.

É que fica sempre a ideia de que as decisões relevantes para o país dependem de coisas tão pueris como as birras e as embirrações dos notáveis.

E isso, num contexto de lideranças dominadas por pessoas que inspiram tudo menos confiança em matéria de sentido de Estado, permite perceber o quanto estamos entalados por termos os destinos confiados a gente que pondera decisões em função de feitios, de reacções, chamemos-lhes estilos, em lugar de terem em conta a capacidade dos governantes para as ponderarem com base no que verdadeiramente conta.

27
Mar11

LEÕES SELVÁTICOS INSTALAM UM AMBIENTE DO CARVALHO

shark

Eu ainda sou do tempo em que o Sporting tinha como marca o estatuto de clube da elite, adquirido em boa medida pela atitude de sócios, dirigentes e adeptos que faziam questão de se distinguirem por um comportamento exemplar em comparação com os dos seus mais importantes rivais.

No Sporting orgulhavam-se de saberem perder, contra os outros ou entre si.

Mas depois do que ao longo desta madrugada aconteceu em Alvalade, na ressaca de uma eleição decisiva e muito disputada, com um clima violento, de suspeição, de desrespeito pelas regras mais elementares do bom senso, similar ao vivido em exemplos recentes de nações do chamado Terceiro Mundo em clima eleitoral, dificilmente o clube recuperará o estatuto que lhe enchia o estádio mesmo em tempos difíceis e, nesse particular, qualquer que seja o desfecho da bagunça instalada, o reino do leão nunca sairá vencedor.

 

Se o pior que poderia acontecer ao Sporting, pensava-se, era a vitória de Bruno Carvalho, o preferido das claques (como esta noite ficou bem vincado), a confusão em torno dos resultados que teve como consequência imediata uma calinada monumental do jornal O Jogo que anuncia em primeira página um vencedor afinal derrotado, deixa o clube num cenário propício para a instalação do caos que menos o serviria nesta fase delicada da sua história.

O futuro da instituição, agora confiada a uma liderança representativa de cerca de um terço dos votantes e derrotada na eleição do seu candidato Rogério Alves (o rosto mais fiel da baralhada leonina numa madrugada digna de um clube de bairro), não se afigura de feição para qualquer previsão mais optimista.

O Sporting, a quem a terceira eleição mais concorrida do seu historial deveria solucionar o maior dos seus problemas, vê-se agora a braços com uma crise financeira mãos dadas com uma outra, chamemos-lhe política, que o deixa numa situação parecida com a do país.

 

E isso levanta-me uma questão curiosa: quantos dos mais de 14 mil votantes nas eleições do Sporting irão às urnas quando estiver em causa o futuro de Portugal?

25
Mar11

A DOIS TEMPOS

shark

Devagar.

A mão que segue o olhar, suave sobre a pele a deslizar sensações, a despertar emoções tão belas mas adormecidas.
Sem pressa.
À espera que apeteça algo mais ainda, a estudar, e a outra mão a agarrar com mais firmeza, conhecedora, alardeando a certeza de quem conhece o caminho, outros desbravou, a mão que agarrou e agora convoca a outra para a acompanhar numa dança e o ritmo marcado pela confiança na interpretação dos sinais, queres muito, queres mais, e o olhar aquecido pelo reflexo do prazer num rosto de mulher, as unhas cravadas no chão, a mudança da expressão para melhor, ainda mais bonita, o corpo que se agita e os olhares trocados na hora de procurar outro passo por dar na viagem, apreciando a paisagem com o olhar que segue o movimento da boca que fala sem nexo no delírio do sexo que parece ideal, perfeito naquele momento, guardado para sempre no tempo que a memória existir, entrelaçados os corpos que anseiam repetir o que nem pára sequer.
Um homem e uma mulher.
Devagar.
Ou mais depressa, a seguir a um longo beijo.
Tanto faz...
 
Se nos olhos se espelhar o desejo de que aconteça outra vez.

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