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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

30
Abr06

TERAPIA

shark
a nice cup of tea.gif
Os milagres, fruto do acaso, acontecem. Conjugações perfeitas para um desenlace ideal.
Mas o acaso, que não é fruto dos milagres, também acontece por si. Não estava escrito, mas às vezes conjugam-se forças malignas (e outras) com o intuito de provocarem uma súbita vontade de reescrever a(s) História(s).
Basta às vezes um pequeno empurrão da mente, de algum instinto de conservação, e eis-nos capazes de cometer os excessos oportunos que nos evitam maçadas. Ou descambam num mal pior.

E o pior é nunca conhecermos as repercussões. Nunca sabemos se as nossas decisões são as mais indicadas para nos poupar às ditas maçadas, aos fretes que pretendemos inconscientemente evitar. E por isso nos deixamos levar, arriscamos que algo corra mal, o pretexto ideal para nos safarmos à justa do que nos incomoda enfrentar. Pelo receio da pior escolha.

Porque temos sempre opções alternativas, quando às expectativas se junta um impulso real.
Depois analisamos as coincidências, medimos as consequências e até achamos que há males que vêm por bem. Como a tempestade medonha que se abate sobre um incêndio difícil de controlar. Oportuna, surge no horizonte como uma benção cinzentona por substituição. Do mal o menos, direito por linhas tortas e assim. Todas as histórias têm um fim que os meios justificam. E cada evento inesperado surge com o cunho gravado de uma premonição, com a clareza de um sinal.

Os azares, fruto de coincidências aziagas, acontecem também.
São evidências reveladoras de que alguém optou pelo caminho pior, nesta vida que de opções se vai fazendo aos poucos.

Ou não, porque às vezes a desgraça de uns pode ser a sorte de outros.
30
Abr06

EUCARISTIA DOMINICAL PAGÃ

shark
fezada.gif
Já aqui afirmei repetidas vezes o quanto adoro mulheres. E isso não faz de mim um machão das dúzias, pois igualmente assumi a minha quota de flopes e o facto de isto (eu) não ser o da Joana.
Isso seria interpretável dessa forma se algures eu tivesse reduzido essas criaturas soberbas a algum papel específico na minha existência, nomeadamente a satisfação de algumas necessidades primárias. Não reduzo. Porque representam para mim um dínamo, um gerador de toda a energia vital para o normal funcionamento do conjunto que formam as minhas partes.

Boa parte de mim funciona pelo amor. E é aqui que entro no âmbito desta posta dominical, mais ligeira. Tentei perceber o porquê de estas duas maravilhas do mundo, o amor e as mulheres, constituírem a principal atracção do espectáculo da vida tal como a experimento. E encontrei alguns paralelos que podem explicar esta minha apetência para os dois temas em apreço.

O amor surge na nossa vida de rompante. Nunca estamos à espera. E nunca sabemos o que esperar dele e de nós quando aliamos o desnorte emocional à euforia sem controlo.
O amor apodera-se da nossa vontade, conduz-nos pelos caminhos que lhe interessam, manipula-nos a acção.
O amor pode ser a fonte das mais agradáveis emoções ou a origem dos mais graves dilemas. É caprichoso nos humores.
O amor é sempre belo e arrebatador. Pode seduzir-nos para uma viagem ao céu ou arrastar-nos pelas orelhas, enganar-nos, até ao mais duro padecimento dos pecadores. Porém, nunca questionamos o destino final da viagem e avançamos sem freios até darmos de trombas com um precipício bem fundo ou com um paredão qualquer.
E nem mesmo aí deixamos de amar as memórias…

Por outro lado, apesar de um amor poder destabilizar na boa todo o sistema (imuno)lógico que nos protege das doenças do coração em sentido figurado (como sede romantizada da paixão), é também a melhor vacina contra todos os males que nos possam afectar na mona. Enquanto se ama, tudo à nossa volta sorri. Flores e passarinhos, estrelas e foguetões, de tacha arreganhada aos nossos olhos apaixonados num mundo intenso e feliz.

Mas também chega a mostarda ao nariz deste sentimento que equiparo a uma manifestação de Deus tal como o concebo no agnosticismo que benze a minha ignorância em matéria de fé. Um amor atraiçoado, em crise ou acabado é devastador como um imenso temporal. Do oitenta ao oito em milésimos de segundo. E vice-versa também.
Imprevisível, adorável, insubstituível, mais uma porradona de argumentos para o tornar num vício que metadona alguma consegue substituir.

E as mulheres?

Bom, considerando na minha liturgia o amor como Deus, as mulheres são como Jesus.
Representam na terra o Senhor.

E os senhores personificam a sua cruz.
29
Abr06

A POSTA NA REDENÇÃO POSSÍVEL

shark
underground.gif
É um alívio, sempre que podemos observar a nossa superioridade moral de uma perspectiva realista. De um ponto mais baixo, portanto. Daqueles em que as nossas (más) acções nos colocam, mal as percebemos como um erro grosseiro e colossal.
As coisas capazes de nos provocarem vergonha, a fustigarem-nos a consciência por colidirem com o conceito de superioridade de forma frontal. E desaba um gajo do pedestal onde apenas ele se colocou, ufano, cheio de certezas no cagar e de firmeza nas convicções nas quais se empoleirou.
É então que as outras pessoas ficam maiores aos nossos olhos, iguais e não inferiores pelas suas inevitáveis fraquezas que cedo ou tarde identificamos.

Acontece aos melhores, mesmo aos que só se acreditam nesse nível mas não estão. Eu tenho a minha conta de violações de alguns valores e princípios que abracei em teoria. Actos ou palavras que contrariam a intenção manifestada, a superioridade alardeada, rasgam em pedaços o frágil pergaminho em que nos apontamos sempre com o corrector à mão.
Lições de humildade, por nos obrigarem a amochar perante os pontos fracos da nossa gestão pessoal. Lições de estratégia, por nos ensinarem a optar por outros caminhos perante as derrotas com que o tempo nos ensinou. Lições de vida, afinal, que devem servir para nos aproximarem mais do que vale a pena e ignorar os aspectos acessórios que nos perturbam a concentração.

Falo-vos do quanto nos faz bem entendermo-nos vulneráveis à contradição, à imensa pressão de pedaços de existência condicionados por um factor exógeno qualquer. Dos tais que, regra geral, nos empurram de carola para a asneira e nos deixam à mercê de quem, regra geral outra vez, não concede o perdão. Porque há sempre quem nos atire de volta os estilhaços da deflagração do disparate ou da maldade que fizemos, a vida encarrega-se do que Deus deixa escapar por sobrecarga de trabalho neste mundo senil.
Falo-vos do facto de valer a pena agacharmo-nos para espreitarmos a nossa verdade tal como ela é, sem flores, sem adornos atenuantes ou enfatizações subjectivas.
Sentimo-nos menos obrigados a representar um papel, aceitamo-nos com as cargas pejorativas que a nossa intervenção possa criar.

Aprendemos a lidar com essas limitações, enfrentando-as, partilhando-as com quem merece confiança. De fora, vê-se a realidade dos factos com maior nitidez. Os olhos do outro, transparentes, detectam melhor as nossas fraquezas e acabam por suportar muitas vezes as consequências da sua exibição. Pelos olhos do outro detectamos as falhas que a nossa cegueira não permitia identificar. E é assim que conseguimos conviver com alguém, receptivos à denúncia do que nos escapa na avaliação do que nos trai.

É assim, pelo intercâmbio de mazelas que aprendemos nas nódoas negras alguma lição útil para o passo a seguir. A luz que ilumina o traçado correcto a percorrer.
É também esse um dos motivos para a solidão ser muito traiçoeira para a nossa construção como pessoas. A sós somos incapazes de recriar o termo de comparação que nos orienta, ficamos entregues à funcionalidade da nossa lucidez. Que, todos sabemos, sucumbe à maioria das grandes emoções.

Sinto-me bem por reconhecer o mal naquilo que me representa. Porque gosto de o combater, sem tréguas, para sentir que de alguma forma progredi na minha evolução.
Sem peneiras, pois um gajo consegue sempre puxar pelos brios e oferecer a si próprio e aos outros as devidas compensações pelo transtorno e os benefícios que se extraem das consequentes ilações.

Aceito-me imperfeito. E assim renuncio ao direito de apontar nos outros as suas falhas sem com eles partilhar as minhas.

Fico sem vontade de emitir juízos de valor.
29
Abr06

BOA ZONA

shark
welcome.jpgFoto: sharkinho
Para quem gosta das minhas fotos e tem curiosidade em conhecer melhor a zona onde acontece a minha vida analógica criei o LX ZONA ORIENTAL.
Este blogue pega pela derradeira utilidade da extinta Casa de Alterne, mostrar fotografias, embora tenha um âmbito mais restrito.
Convido-vos a visitarem esta nova manifestação virtual do que sou e de como vejo o que me rodeia.
28
Abr06

A POSTA INSANA

shark
out of body.jpg
Agride-o a luz que lhe invade o espaço privado de penumbra, sempre que alguém entra no quarto para alargar um pouco mais as correias da camisa de forças.
28
Abr06

E PARA CONCLUIR

shark
Alguém vestiu a pele de cordeiro com o nítido intuito de lesar os meus interesses e os da minha parceira de blogue. A verdade veio à tona por coincidência, apanhou-nos de surpresa.
Agora, identificada a verdadeira natureza de quem nos prejudicou, resta-nos tentar entender porquê.

É estranha, esta animosidade que se gera sem razão que o justifique. E na blogosfera está sempre a acontecer, como se fosse regra encarar os outros como peças de um jogo de xadrez.
Somos pessoas, carne e osso, por detrás desta capa virtual. Aplicam-se os mesmos princípios aqui como em qualquer outra dimensão da vida que vivemos no tempo que nos calhou.

Estou desiludido, mais uma vez, e embora tenha o meu quinhão nas desilusões que proporcionei, nunca pensei que alguém se desse a tanto teatro só para lesar os interesses de alguém por simples embirração.

Este meio alberga gente perigosa, por muito que não possa parecer.
Vou dar menos conversa. Para minha protecção.
27
Abr06

A POSTA NA COINCIDÊNCIA II

shark
É um clássico. Uma amiga que há muito não via, professora universitária, a preparar o regresso ao mundo virtual. Os amigos e as amigas. Os amigos e as amigas da blogosfera. O mundo pequeno, onde todos se conhecem embora não pareça.
Uma conversa, um convite para um evento ligado à nossa comunidade, quem vai quem não vai. Ligações entre as pessoas. Coincidências. Revelações.
Fazem-se perguntas. As respostas não batem certo com o figurino, relativamente a terceiros. Ficamos ambos a saber (a duvidar) o mesmo, em simultâneo, boquiabertos e embaraçados pela surpreendente descoberta.
O mundo minúsculo. E o destino brincalhão.

Combinamos questionar as pessoas em causa, para testarmos a sua reacção e percebermos a verdade dos factos antes ocultos que o nosso diálogo revelou.

A minha verdade, a parte que me tocava, foi sem dúvida a mais foleira.
Mas já nada me surpreende.

As pessoas são assim...

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