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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

25
Jul11

A POSTA QUE O NORUEGUÊS É CHANFRADO E BASTA

shark

Mais um chanfrado, sozinho ou acompanhado, entendeu aplicar a inteligência num plano brilhante para defender a Europa não se sabe muito bem do quê. Matou dezenas, convicto de que servia uma causa que parece ser só sua, cada maluco sua panca, armado em paladino, em templário distorcido ao ponto de matar cristãos para proteger os restantes dos mouros ou de outro papão não ariano que lhe tenha andado a suprimir (ou pelo menos adulterar) neurónios.

 

Bom, uma pessoa nem sabe por onde começar perante um cenário assim.

Começo talvez por lamentar que a sociedade esteja tão insana que já não consegue topar os mesmo muito malucos de entre os moderada a declaradamente doidinhos que se cruzam connosco nas ruas, talvez com a mesma pintinha de anjinho deste trintão louro de olhos verdes que decidiu libertar o caos interior.

Da sua caixa de pandora brotou um esquema simples, porque não seria preciso mais num país tão pacato que nem os polícias andam armados no giro, mas eficaz no único objectivo deste tipo de psicopata: chamar para si os holofotes da ribalta.

 

Embora o conceito de fundamentalista cristão me pareça justo para equilibrar a parada (gostava de saber quantos já apontavam o dedo e olhavam com desconfiança os suspeitos adoradores de Alá ainda o norueguês marado andava aos tiros sobre os miúdos), não consegui até agora vislumbrar o fanatismo religioso por detrás da armadura virtual deste dom quixote hardcore.

Da mesma forma não me parece que a sua ideologia de direita possa ter influenciado de forma determinante a evolução do plano deste assassino em série, excepto talvez em ter escolhido a juventude trabalhista para o executar e um Governo da mesma cor para atacar.

Fosse de esquerda, desequilibrado como se revelou nos actos e na respectiva preparação, e teria encontrado outros pretextos e talvez outras vítimas para levar a cabo a sua cruzada indigna.

 

Mas o que me irrita mesmo é a colagem ao apelo nacionalista, uma estupidez tão flagrante quanto o terrorista ter atacado o poder político do seu país tão louro e jovens compatriotas seus. Nenhuma abordagem ao nacionalismo pode de forma coerente fazer a apologia da chacina dos nossos conterrâneos.

Defender a Nação implica tanto a bandeira, como o território, como o respectivo povo. Nenhum nacionalista sério poderá advogar o contrário e por isso o crápula tanto podia ter pegado pelo estandarte nacionalista como pelo da corporação de bombeiros local.

 

Onde quero eu chegar? Não vale a pena tentarem rotular o bandido disto ou daquilo. Um assassino maluco, ou pelo menos avariado o bastante para se sentir à vontade para fazer o que aquele fez, não precisa de ideologias, de causas. Basta-lhe o apelo interior para a sensação de prazer que um poder tão... divino proporciona a estas ameaças latentes, dormentes, que de vez em quando se notabilizam pelos seus feitos aterradores.

A criatura é uma verruga, uma aberração das que desde o início dos tempos foram aparecendo para nos tentarem vergar pelo terror que será sempre um instrumento de poder ao alcance de qualquer incapaz com ambições mal medidas ou interpretações corrompidas de ideais que lhes ornamentam as intenções.

 

Conotá-los com causas ou com ideologias não passa de uma glória que os seus actos infames não podem de forma alguma sustentar, esses cobardes oportunistas sem lei nem escrúpulos que agem movidos por uma natureza macabra e uma frieza cruel.

É disso que se trata. O resto é folclore, munição para futuros macaquinhos de imitação tresloucados com o mesmo instinto facínora mas sem uma orientação das que estas colagens fornecem mesmo antes que aqueles que as promovem percebam sequer de raspão o que motivou de facto aquilo que as suas conclusões precipitadas fingem explicar.

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