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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

19
Out09

DOS MÉRITOS DISCUTÍVEIS

shark

A situação do menino do balão, que por umas horas fez dos americanos palermas, reflecte como nenhuma (tirando talvez a do brasileiro que encomendava assassinatos para os cobrir em primeira mão) o quanto o poder da televisão está a ensandecer aos poucos uma parte da população mundial, retirando-lhe a capacidade de distinguir o certo do errado em prol da projecção mediática do pequeno ecrã.

 

Os exemplos multiplicam-se e só citei, de entre os mais recentes, os mais estapafúrdios. Existe, de facto, uma ânsia imensa e generalizada de aparecer na televisão e se alguns, como o célebre emplastro, possuem a atenuante do distúrbio mental outros, cidadãos sem problemas ou deficiências aparentes, começam a dar sinais de uma preocupante necessidade de encontrar um qualquer meio de obter aquilo que parecem sentir como uma honra.

Basta recordar os enxovalhos a que as pessoas estão dispostas a submeter-se em reality shows ou concursos televisivos (o Ídolos é, nesse aspecto, elucidativo de forma confrangedora) ou a forma como os castings assumem foros de acontecimento de primeiro plano em diversas localidades. E já devem ter reparado que centrei a acção em Portugal.

 

O nosso país começa a trilhar o mesmo caminho dos que vão produzindo episódios como os que citei no parágrafo de abertura. E a coisa não atinge apenas os cidadãos anónimos em busca dos seus quinze minutos de fama. É nítido o esforço por parte de algumas figuras públicas para conseguirem desdobrar-se em tempos de antena pessoais e é fácil até perceber que as cunhas, as amizades, funcionam como sustentáculo para algumas carreiras no mundo do espectáculo e outros.

Só não percebe quem não quer que são sempre os mesmos, ou quase, os protagonistas de programas vocacionados para a divulgação dos "populares do liceu" e em muitos casos as respectivas projecções mediáticas funcionam como trampolins para um sucesso que, sem a mesma, dificilmente poderia acontecer.

 

Não cito nomes, pois arriscaria certamente algumas injustiças já que não frequento o meio. Contudo, basta um pouco de atenção para perceber esses cada vez menos discretos "empurrões" que carreiras dormentes ou mesmo adormecidas recebem de repente com a inestimável colaboração de quem decide em matéria televisiva.

E o reverso da medalha é o eclipse por parte dos que caem em desgraça. E esta consiste apenas na saída desse círculo de amigos que se promovem entre si a um nível quase enjoativo e a qualquer pretexto.

Não estranhem. A blogosfera, à sua escala "provinciana", também funciona assim. Ou julgam que alguém retira o linque de outro blogue apenas por considerar que o respectivo conteúdo passou a ser indigno de tal referência?

De todo, o linque é apenas um instrumento de poder que usam sem hesitar os que entre nós possuem a visibilidade necessária para a partilhar ou retirar aos outros em função de critérios que passam, quase exclusivamente, pelo tipo de ligação pessoal ou pelas "modas" ou pelo reconhecimento dos seus "iguais".

Vejam a coisa nessa perspectiva e depois desmintam-me, se puderem...

 

Em ambos os casos, televisão e blogosfera, o fenómeno é perturbador pois acaba por reproduzir aquilo que já todos percebemos acontece na política partidária, com os medíocres a reboque dos diversos poderes para se empoleirarem num qualquer poleiro à sua escala.

 

E depois de aprenderem como se faz, tal como nos meios que citei, preocupam-se acima de tudo com a planificação de formas chicas-espertas de perpetuarem tal sistema.

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