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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

17
Set09

RELAÇÕES LIGHT OU RALAÇÕES SEM AÇÚCAR...

shark

Existe nos nossos dias uma leviandade notória que se faz notar na diferença gritante entre o que se diz e o que se faz. Ou o que é.

O primado do superficial, e não estou em condições de mandar pedras seja a quem for, assume foros de uma pandemia que certamente faria o bicho do H1N1 corar de vergonha.

Falamos com uma ligeireza incrível acerca de coisas sérias, de emoções também, damos uma pala que raramente corresponde ao que sentimos ou mesmo às nossas verdadeiras intenções. Contrariamos na prática qualquer teoria que defendemos e não achamos errado porque no presente isso não é tido por uma mentira mas apenas uma confusão.

 

Sim, confundimos quase tudo na ânsia de aligeirar, na pressa de aliviar qualquer tipo de pressão. As datas e o nomes, os factos e os compromissos, a vontade e a capacidade de ter ou de fazer. Acho que foi ou vai ser assim. E muitas vezes não é, mas ninguém perde o sono e continuamos para bingo fora da linha traçada, deitando para trás das costas as coisas e as pessoas apanhadas no caminho pelas passadas que nos impõe a vida mais a necessidade absoluta de se ser feliz, de evitar as chatices que nos atrapalham e nos consomem.

Ficamos à tona, onde conseguimos ao menos respirar. Temos receio de nos afogar o excesso de profundidade das relações possíveis, a intensidade exagerada que nos obriga a desviar da corrida uma parte da passada que só faz sentido quando se consegue abrandar.

 

Dizemos o que for necessário para sobreviver a mais um dia, a mais uma noite para dormir. Só procuramos as coisas que nos fazem rir e acabamos por deixar de lado aquilo que é sério, negligenciamos. E afinal até contamos com a mesma reacção por parte de quem nos mostra a toda hora que só servimos quando não abafamos em demasia, que não exigimos demais.

Aligeiramos por instinto, mecanismo de defesa como o pintamos para não ser preciso chamar as coisas pelos nomes e termos que lidar depois com a sua relevância nos outros e em nós.

 

Acabamos por nos sentir sós, sempre que descuidamos essa forma moderna de encarar os outros e as situações, sempre que nos deixamos tentar pelo impulso de aprofundar aquilo que todos às nossa volta preferem que flutue num estranho limbo de sorrisos fáceis, sobre a jangada grosseira de relações essencialmente institucionais.

Tudo o que vá além disso parece demais e irrita e afasta e acaba por nos tornar impossíveis de aturar, porque passamos a representar um martírio para quem nos aceita apenas enquanto não falamos ou exigimos demais, sobretudo nas coisas do coração.

 

E o preço a pagar por quem contraria as regras do jogo passa cedo ou tarde, inevitavelmente, pela expulsão.

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