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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

22
Jul09

OS PAPAGAIOS DE SERVIÇO

shark

Ouvi há pouco o Portas, esse bastião da demagogia, a defender a redução de impostos como solução para a crise que nos atrofia. Irrita-me, esta forma de fazer política que me faz lembrar a estratégia ruinosa do meu Glorioso na gestão da sua equipa de futebol. É que não há forma de entender estes discursos de treta, baseados apenas no que o povo quer ouvir e impraticáveis quando chega a hora de cumprir, senão como formas descaradas de aliciar os papalvos para que estes se deixem embalar pelo canto da sereia.

Ou, no caso concreto, pela música do flautista...

 

Na situação actual, nenhum governo pode utilizar a fiscalidade como instrumento ou mesmo como argumento (necessariamente falacioso) para combater a crise financeira generalizada. Não é necessária formação em Economia para perceber porquê.

Aumentar os impostos constituiria o golpe de misericórdia no tecido empresarial e mesmo no equilíbrio delicado da classe média de qualquer país e isso é fácil de adivinhar neste contexto de aflição.

Restaria então, se os impostos pudessem de facto constituir solução, baixar as taxas praticadas. Ora, é fácil de prever que nenhum Governo no seu juízo perfeito iria além da fasquia de um, talvez dois, por cento ou entraria inevitavelmente em colapso por não conseguir sustentar a pesada máquina que o Estado constitui.

E aí recordo a redução da taxa do IVA, com os efeitos extraordinários que todos acabámos por sentir...

 

Só a gestão de merceeiro, e um país não se gere assim, poderia dar corpo a contas feitas dessa forma, de percentagens pequenas, de verbas ridículas a nível individual mas cuja multiplicação resultaria numa forte redução da receita fiscal e inevitáveis consequências no saldo final das contas do país. E para pior já basta assim.

O líder centrista, desmascarado no seu namoro com a lavoura, investe agora no recado amoroso para as pequenas e médias empresas e para os papalvos da classe média que se revelem incapazes de perceberem a falácia na argumentação do homem das feiras.

 

Nunca sou meigo na crítica às sucessivas argoladas do Governo, qualquer Governo, deste país. E por isso me sinto sempre legitimado na isenção para efectuar uma colagem esporádica às medidas e tomadas de posição que considero mais favoráveis ao destino da Nação que lhes compete cuidar.

 

Eu nem hesito em apoiar a estratégia da maioria absoluta, recusando acenar com o abaixamento dos impostos como forma de contrariar a argumentação palerma e desesperada de uma oposição que pouco ou nada tem para apresentar de bom ao longo da Legislatura que agora termina. É pouco simpático, não rende votos. Mas é das poucas provas de serenidade, rigor e bom senso que qualquer Governo nesta fase crítica para a economia a nível mundial pode fornecer, sobretudo quando entalado pela iminência de um teste eleitoral onde muito jeito lhe dariam os votos dos que se deixem de facto seduzir pelas promessas impossíveis de cumprir ou que postas em prática nos enterram as contas de vez.

 

 

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